Simpósio da Pesca em Corumbá reforça a decisão do Governo do Estado de adotar a cota zero

A cota zero para a pesca esportiva e amadora é a única saída para garantir o repovoamento dos rios das bacias do Paraguai e do Paraná. Esta foi a opinião unânime dos técnicos, empresários e pescadores que prevaleceu durante as explanações e debates no 1º Simpósio da Pesca no Pantanal, realizado em Corumbá, ontem (7/6). O evento foi realizado pela prefeitura local, com apoio do Governo do Estado.

 

Com testemunho de ex-pescadores profissionais, agora guias de pesca, relatando que os rios do Pantanal deixaram de ser abundantes em peixes como no passado, o simpósio reuniu autoridades e estudiosos em ictiofauna de vários estados, como Tocantins e Amazonas. Todos relataram as experiências de sucesso com a adoção da cota zero, medida em vigor em Mato Grosso do Sul a partir de 2020, e o aumento crescente da pesca esportiva.

 

Governo presente

 

Ivan Miraldo, da Federação Paulista de Pesca Esportiva

“Proibir a captura dos peixes do Pantanal, como fez Mato Grosso do Sul, é o modo mais prático e sustentável para repovoar os rios e trazer o turista para o estado, o exemplo está na Argentina”, afirmou o diretor da Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE) e presidente da Federação Paulista de Pesca Esportiva, Ivan Miraldo, presente ao simpósio. “A cota zero significará mais peixes, mais pescadores e mais recursos para a região.”

 

Representando o governador Reinaldo Azambuja, o secretário-adjunto da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional, Produção e Agricultura Familiar), Ricardo Senna, fez uma explanação sobre as medidas tomadas pelo Estado para recuperar o estoque pesqueiro nas duas bacias. Disse que os próximos passos serão a criação da Câmara Setorial da Pesca, o zoneamento do setor e o recadastramento do pescador profissional.

 

Todos ganham

 

Ao contrário dos estudos apresentados pela Embrapa Pantanal, que considera o estoque pesqueiro estável e apontando outros fatores e não a pressão da pesca como responsáveis pela redução de algumas espécies, como ações antrópicas, níveis de cheia e seca e implantação de barragens, o corpo técnico presente ao simpósio sustentou que o extrativismo é a principal causa pela queda do estoque pesqueiro no Pantanal e outras regiões do País.

 

Organizadores e convidados do 1º Simpósio de Pesca no Pantanal: um novo cenário para a pesca esportiva em MS

 

“Parabéns ao governo de Mato Grosso do Sul por acabar com a matança de peixe”, afirmou o especialista em pesca esportiva Jorge Kiroschi, apresentador do programa “Rancho do Pescador”. “Até que enfim alguém teve a coragem de tomar essa decisão. A palavra hoje é preservar, caso contrário não tem o peixe e o pescador vai para a Argentina, mesmo gastando mais. Preservar gera recursos para todo mundo, principalmente para o meio ambiente”, citou.

 

No caminho certo

 

Kiroschi disse ainda que apoia “cem por cento” o decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja, em fevereiro deste ano, enfatizando que a medida repercutiu em todo o País e a médio prazo haverá uma corrida de turistas ao estado. “O mundo inteiro vai olhar para o Pantanal”, comentou. Jair Rigotti, do programa de TV “Hora do Pescador”, disse que o entristece o fato de não ter mais o peixe no Pantanal, para ele o melhor destino de pesca.

 

Jorge Kiroschi parabenizou o Governo de MS por criar a cota zero

Durante o simpósio, realizado a bordo de um barco-hotel, os palestrantes convidados apresentaram um panorama da pesca em seus estados com as leis mais restritivas à pesca amadora: Andrey Chama da Costa, do Tocantins, e Rogério Bessa, do Amazonas.  O consultor Kelven Lopes coordenou o encontro e abordou aspectos da pesca nos principais destinos. “O Estado está no caminho certo, o momento ambiental não permite mais o extrativismo”, frisou.

 

A abertura do 1º Simpósio de Pesca no Pantanal contou com a presença do prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes; da deputada Federal Beatriz Cavassa; empresários de pescada região e vereadores.

Shows musicais, comidas típicas e criatividade marcam a13ª edição do Arraial Especial da Reme de Campo Grande

Shows musicais, comidas típicas, apresentações de quadrilhas e até um rap chamando a atenção do público para a importância da inclusão social das crianças com deficiências, garantiram a diversão do público de pelo menos cinco mil pessoas que lotou a Praça do Rádio Clube na noite desta sexta-feira (7) para prestigiar a 13ª edição do Arraial Especial da Divisão de Educação Especial da Rede Municipal de Ensino (Reme).

 

IMG_8091 (Copy)A vice-prefeita, Adriane Lopes, marcou presença na abertura da festa e destacou a proposta de inclusão da festa. “Cada criança que está aqui está vivendo um momento ímpar. Campo Grande precisa de mais eventos como este, de alegria. Tenho certeza que as entidades presentes levarão um pouco deste amor de vocês que vieram prestigiar o evento’, afirmou.

 

A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, agradeceu o empenho da equipe da Semed na organização da festa. “É muito gratificante fazer essa 13ª edição do Arraial Especial. Quero agradecer o apoio das famílias, professores e alunos que fazem parte deste trabalho. Hoje temos a oportunidade de mostrar um pouco do acolhimento que é feito dentro de nossas unidades, por isso agradeço o empenho, em especial a equipe da Educação Especial, que não mede esforços para realizar esse evento”, enfatizou.

 

Para Lizabete Coutinho, chefe da Divisão de Educação Especial da Reme, a festa marca também o reconhecimento do trabalho na área da Educação Especial prestado pela Semed, já que o número de alunos atendidos este ano soma 2.400 crianças em toda a Rede, que oferece profissionais e infraestrutura adequada, como as salas de recursos multifuncionais para o atendimento destes alunos. “A cada ano tem aumentado a procura das famílias pelas escolas da Reme devido a qualificação de nossos profissionais, o que torna nosso trabalho uma referência”, disse.

 

IMG_7915 (Copy)Também prestigiaram o Arraial Especial, a secretária-adjunta de Educação, Soraia Campos, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, superintendentes da Semed e os vereadores Valdir Gomes e enfermeira Cida Amaral.

 

O evento já é uma tradição na Reme desde o ano de 2007 e tem o objetivo de reunir instituições parceiras, especializadas no atendimento às pessoas com deficiência ou altas habilidades, promovendo a interação entre a comunidade escolar, família dos alunos e a sociedade num evento cultural típico. Toda a renda é revertida para as instituições.

 

Na opinião da assistente social da Juliano Varela, Elizângela de Jesus Ferreira, a festa é uma oportunidade de socialização. “É o momento que eles saem da instituição para conviver com outras crianças. Eles ficam muito ansiosos com a apresentação e ensaiam todo dia’, pontuou. Para a entidade, que atende 234 crianças, o dinheiro arrecadado também é importante e contribui para a compra de material utilizado nas atividades dos alunos.

 

Fazer o bem

 

Este ano a animação ficou por conta do repertório do músico Edson Galvão, que mesclou rock, MPB, reggae e pop , da cantora Evelyn Lechuga, que apostou em clássicos da MPB e do músico Waldir Rosa, que apresentou um repertório regional.

 

Fã de festas juninas, a cantora Evelyn Lechuga, que também é professora de Artes e musicalização da Reme, disse que buscou transmitir um sentimento de acalanto e paz durante sua apresentação. “A música eleva os corações, é sempre bom cantar para as pessoas, meu sentimento sempre é esse quando subo no palco”, afirmou.

 

IMG_7901 (Copy)Para o músico Edson Galvão, que tem mais de 20 anos de estrada, mas nunca havia se apresentado em um evento com a temática do Arraial Especial, a oportunidade garantiu a experiência de conhecer de perto o trabalho das entidades. “Fazer algo por outra pessoa é como fazer a si mesmo. Sempre faço shows para causas sociais. É importante minimizar a dor dessas crianças e suas famílias”, pontuou.

 

Além dos músicos convidados, não faltaram as tradicionais quadrilhas de escolas da Reme e de instituições, como APAE, Cotolengo e Juliano Varela, que apostou em uma trilha sonora moderna, mesclando vários ritmos do momento ao invés das tradicionais músicas juninas. Outro destaque foi o grupo de alunos da escola Maestro João Correa Ribeiro, que apresentou, ao lado de professores, o “Rap da consciência”, destacando a importância do respeito às diferenças.