Em uma semana, Operação Pantanal II reduz de 163 para 40 os focos de incêndio em Corumbá, segundo o Corpo de Bombeiros

Há uma semana o Governo do Estado decretou emergência ambiental no Pantanal e iniciou a Operação Pantanal II de combate às chamas. Neste período os focos de incêndio que somavam 163 no dia 24 de julho, caíram para 40 ontem (31). Os dados são do Corpo de Bombeiros, que coordena a ação.

 

Os dados foram apresentados em reunião de balanço com o secretário Jaime Verruck, titular da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Participaram o Comandante-Geral dos Bombeiros, coronel Joilson, chefe do Centro de Monitoramento animal, tenente-coronel Moreira e o chefe da comunicação, tenente-coronel, Carminatti.

 

Dados foram apresentados durante reunião nesta sexta-feira

Mais de 320 militares e civis estão envolvidos na tarefa de eliminar os focos de calor. A operação conta com o apoio de cinco aeronaves, sendo quatro helicópteros e um avião Hércules C130, fundamentais para levar água para áreas de difícil acesso que estão queimando.

 

Em quatro dias dois helicópteros realizaram 66 investidas. O avião Hércules é capaz de soltar até 12 mil litros de água em cada sobrevoo e fez quatro lançamentos em dois dias. Somadas, as aeronaves foram responsáveis por despejar 71 mil litros de água em áreas com fogo.

 

“Nós fizemos o decreto de emergência ambiental com a clareza da gravidade da situação, e a necessidade de uma articulação institucional. Uma semana depois vemos o empenho de todos os setores envolvidos e os bons resultados obtidos. Teremos meses difíceis pela frente e precisamos dessa ação integrada para minimizar os impactos ambientais”, afirma o secretário Jaime Verruck.

 

A ação integrada conta com apoio do Governo Federal por meio do Ministério da Defesa, Ministério do Meio Ambiente, Forças Armadas com a Marinha, além do Corpo de Bombeiros, Polícia Miliar Ambiental e Ibama.

 

Situação crítica no Pantanal

 

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul atendeu 661 ocorrências de incêndios florestais em 2020, sendo 58 apenas em Corumbá. O número de atendimentos de janeiro até agora no município é mais que o dobro do mesmo período de 2019 e 2018, quando somavam 28 e 24 respectivamente.

 

Mato Grosso do Sul é classificado como o 5º Estado do país com maior número de focos de calor, porém Corumbá é o primeiro no ranking brasileiro. Os focos de calor por bioma também são muito maiores no Pantanal do que no Cerrado, que ocupa o segundo lugar.

 

De janeiro a julho as queimadas consumiram cerca de 820 mil hectares na região do Pantanal. Somente em julho, a estimativa é de que mais de 180 mil hectares tenham sido devastados pelas chamas.

PMA e Marinha orientam ribeirinhos sobre os riscos dos incêndios e três são autuados por atearem fogo em vegetação

Policiais Militares Ambientais de Corumbá têm realizado trabalhos preventivos aos incêndios, primeiramente com orientações especialmente aos ribeirinhos, mas também, têm realizado rondas repressivas à noite, quando tem mais frequentemente sendo iniciados os focos e vários deles partindo de áreas próximas as áreas urbanas. A PMA também tem combatido os incêndios urbanos, tanto para minimizar o problema para a população, mas também para evitar que pequenos focos possam se transformar em grandes incêndios.

 

Durante os trabalhos na quinta-feira (30) em conjunto com a Marinha do Brasil, vários ribeirinhos foram orientados sobre os problemas dos incêndios, tanto para a natureza como para a saúde, mas também sobre as punibilidades previstas em Lei. Mesmo assim, três pessoas foram flagradas quando iniciavam incêndios nas proximidades do rio Paraguai.

 

O primeiro flagrante deu-se na região próxima à captação de água para uso na cidade, no rio Paraguai, quando uma mulher foi flagrada provocando incêndio em uma plantação de mandioca. A equipe ajudou na extinção do incêndio e a infratora (33), residente em Corumbá, foi autuada administrativamente e foi multada em R$ 1.000,00.

 

Na mesma área, logo em seguida, as equipes avistaram fumaça e quando chegaram ao local, um homem de 60 anos, ateava fogo na vegetação restante de uma limpeza, para realizar plantio de lavoura de mandioca. O infrator, residente em Corumbá, foi autuado administrativamente e foi multado em R$ 1.000,00.

 

Área incendiada para plantio de mandioca.

 

Já no perímetro urbano, no bairro Aeroporto, as equipes surpreenderam outro homem realizando incêndio em vegetação da limpeza do quintal de sua residência, prejudicando toda a vizinhança. O infrator (48) foi autuado administrativamente e foi multado em R$ 1.000,00.

 

Incêndio urbano.

 

É um risco muito grande em um período seco deste as pessoas usarem o fogo dessa forma. Há a possibilidade de se perder o controle e milhares de hectares sejam queimados, além dos custos financeiros aos contribuintes para a apagar, além dos custos ambientais, bem como os custos à saúde das populações urbanas.

Ministério Público Federal oferece nova denúncia contra Minotauro, líder do tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu nova denúncia por corrupção ativa contra Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Maria Alciris Cabral Jara, conhecida como Maritê, advogada e esposa de Minotauro. A denúncia se baseia em inquérito policial que comprova o pagamento de propina a dois integrantes do Ministério Público paraguaio visando o arquivamento de investigações relacionadas a Minotauro.

 

Um deles, Hugo Volpe, coordenava o grupo que investigava e denunciava o tráfico de drogas em âmbito nacional no país vizinho. O outro, Armando Cantero, era o responsável pelo combate ao tráfico de drogas na região de Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã (MS). Ambos eram agentes fiscais do Ministério Público do Paraguai, cargo equivalente ao de promotor de justiça no Brasil. Cada um dos agentes públicos recebeu uma caneta da marca Mont Blanc, avaliada em US$ 900, e Armando Cantero recebeu mais US$ 10 mil em dinheiro.

 

Inquérito policial comprovou que, imediatamente após o recebimento do “presente”, em 18 de julho de 2019, Hugo Volpe arquivou investigação contra Minotauro que apurava uso de nome/documento falso no Paraguai. A utilização de documentos falsos, com os nomes de Celso Matos Espíndola ou Mário César Medina, possibilitava que Minotauro administrasse seus “negócios” tranquilamente no país vizinho, apesar das condenações judiciais e mandados de prisão que acumulava no Brasil.

 

A identidade falsa em nome de Celso Matos Espíndola foi descoberta no início de 2018 pela polícia civil de Ponta Porã com auxílio de policiais paraguaios. O policial que liderava a investigação foi executado no dia 6 de março de 2018 e, a partir daí, Minotauro passou a adotar a identidade de Mário César Medina. Assim, teve início o esforço dos denunciados em arquivar procedimento aberto no MP do Paraguai para apurar essa nova identidade falsa, chegando à entrega de vantagens indevidas aos membros do Ministério Público.

 

O fiscal Hugo Volpe chegou a ser nomeado vice-ministro de Política Criminal do Paraguai em novembro de 2019, cargo que ocupou até janeiro de 2020, quando renunciou após a fuga de 76 presos da penitenciária de Pedro Juan Caballero. Como coordenador da Unidade Especializada na Luta Contra o Tráfico de Drogas no Paraguai, esteve à frente das maiores operações do país nos últimos anos. Além disso, coordenou a parcela paraguaia da equipe conjunta criada especificamente para tratar do caso “Minotauro”, resultante de acordo firmado entre Brasil e Paraguai. Um fato que merece ser mencionado é que, quando da celebração do referido acordo binacional, em 23 de agosto de 2019, Hugo Volpe havia acabado de arquivar uma das investigações contra Minotauro, em 18 de julho.

 

Entenda o caso

 

A quebra do sigilo telefônico dos envolvidos comprovou que a relação escusa estabelecida entre a organização criminosa e os integrantes do Ministério Público no país vizinho se deu por intermédio do advogado paraguaio Edson Francisco Sanchez Benitez. Era com ele que Maritê combinava os detalhes das tratativas a serem feitas e da consequente entrega de “presentes” aos agentes públicos. Foi Edson quem fez o contato inicial com o fiscal Armando Cantero, que ocupava cargo anteriormente preenchido por Hugo Volpe. Armando passou o contato de Volpe para o advogado e, a partir daí, bastaram poucas conversas para o agendamento da reunião que culminou com a entrega da caneta Mont Blanc a Volpe e o consequente arquivamento de uma das investigações contra Minotauro.

 

Eram frequentes as ligações e trocas de mensagens entre Edson e Maritê e também entre Edson e os integrantes do MP. Foi assim que o advogado escolheu, com orientação de Maritê, o modelo das canetas que seriam entregues aos fiscais e que, posteriormente, ele informaria à colega de profissão o sucesso da empreitada, com o arquivamento das investigações. As mesmas investigações resultaram em outra denúncia contra Minotauro e Maritê por corrupção ativa, com foco no oferecimento de propina a policiais paraguaios. As denúncias foram separadas a fim de garantir celeridade aos processos.

 

Extensa ficha criminal

 

Minotauro e Maritê integram associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas e corrupção ativa de funcionários públicos. A principal atividade da organização era a comercialização de cocaína proveniente da Bolívia. A logística consistia em buscar a droga na Bolívia em aviões, descarregar em uma fazenda na região de Pedro Juan Caballero e, dali, distribuir para os mais diversos destinos nacionais e internacionais.

 

A Minotauro, cabia fomentar a produção e negociar a comercialização da droga em larga escala, além de comandar as relações da organização criminosa, seja através de violência e ameaças ou da “diplomacia”. Já Maritê, pessoa de confiança de Minotauro, era a gestora financeira da organização, responsável pela contabilidade, que incluía pagamentos mensais a policiais paraguaios, além da organização dos voos com carregamentos de drogas e da administração dos bens móveis e imóveis do grupo criminoso.

 

Minotauro encontra-se preso na Penitenciária Federal de Brasília desde fevereiro de 2019. Já Maritê encontra-se presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Sant’Ana, em São Paulo.

Pandemia: Em distribuição de máscaras do Sistema Fiems, mãe que perdeu filho para a covid-19 faz apelo para prevenção

Dona Eracy Fernandes, de 74 anos, ouviu a voz do filho pela última vez há dois meses, por telefone, quando ligou para saber se os sintomas da covid-19 estavam melhorando. “É só uma gripe à toa, mãe”, ele respondeu, talvez para tranquilizar a mãe, talvez porque acreditar que tudo ia ficar bem. “Não é gripe à toa. O novo coronavírus, essa doença infeliz, levou ele, meu filho mais velho. O povo tem que ter compaixão, compreensão que esta doença leva mesmo. Meu filho não estava acreditando que ele ia morrer. Quantas mães hoje não estão chorando a perda de um ente querido?”.

 

Eracy Fernandes chegou até a equipe do Sistema Fiems durante mais uma ação do mutirão de distribuição de máscaras de tecido, promovido por meio do Sesi e do Senai, na quinta-feira (30/07) e ontem (31/07). A aposentada ia até a farmácia comprar remédios quando passou pela unidade móvel do Sesi estacionada no Bairro Caiobá e pegou máscaras para ela e também para outros familiares e conhecidos.

 

“Vou levar, sim. Uso a máscara até para tirar o lixo, aguar a grama na frente da calçada. Eu agradeço a quem está doando essas máscaras, porque isso é um benefício para o povo, vai salvar muita gente. Vi na televisão que ajuda a não transmitir pela saliva”, disse Eracy Fernandes. O cuidado e conhecimento sobre como se prevenir da Covid-19 chamou atenção. Além da máscara, ela carregava um borrifador com álcool e pedia que quem estivesse próximo dela respeitasse o distanciamento.

 

Quando contou como o novo coronavírus transformou para sempre sua família – a nora e o neto também foram infectados, mas desenvolveram sintomas menos graves da doença, e estão recuperados – entendemos que mais gente deveria conhecer a história de dona Eracy Fernandes e conhecer seu apelo. “Às pessoas que andam sem máscara: ‘por favor, pelo amor de Deus, coloquem a máscara, a doença é brava, não é brincadeira, não. Quando eu lembro do meu filho só peço para o Espírito Santo me dar forças para parar de chorar, porque não adianta chorar, ele não vai voltar mais. E oro e peço a Deus que tenha compaixão para não deixar outras mães perderem seus filhos. Perdi mãe, perdi pai, mas não é triste como perder um filho. Era meu filho mais velho. Alegre, divertido, bondoso, gostava de fazer caridade para os outros”.

 

Emerson Fernandes tinha 47 anos e, conforme a mãe, a suspeita é de ele tenha contraído a doença ao receber um colega para tomar chimarrão em casa. O filho, então, soube que a visita testou positivo para a Covid-19 e os primeiros sintomas começaram a aparecer. Dias depois, ele faleceu.

 

Mutirão de distribuição 

 

O mutirão de distribuição de máscaras de tecido faz parte de mais uma ação da campanha “Se Puder Fique em Casa, Se For Sair Use Máscara”, promovida pelo Sistema Fiems, por meio do Sesi e Senai, para incentivar e orientar a população sobre a importância do uso da máscara. Nesta etapa, foram distribuídas mais 50 mil máscaras nas sete regiões de Campo Grande, nos bairros Alves Pereira, Vila Nova Capital, Centro, Jardim Sayonara, Batistão, Mata do Jacinto, Vida Nova, Los Angeles, Moreninha III, Jardim Aeroporto, Caioabá, Maria Aparecida Pedrossian e Santa Luzia.

 

Com essa ação, a campanha chega a 380 mil máscaras distribuídas em todo Mato Grosso do Sul, 120 mil delas somente na Capital e 260 mil nos municípios onde há maior índice de casos de Covid-19. A meta do presidente da Fiems, Sérgio Longen, é alcançar 500 mil máscaras distribuídas gratuitamente à população, cobrindo todas as regiões do Estado. Além das máscaras, a ação inclui orientação sobre como se prevenir do novo coronavírus e distribuição de panfletos informativos.

 

“Essa é a forma que a iniciativa privada encontrou para auxiliar o poder público e a população a superar este momento de crise na saúde e econômica. A OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde recomendam o uso da máscara como uma segura e eficaz barreira de proteção contra a disseminação do vírus. Distribuir as máscaras é uma das frentes de atuação que nós, enquanto iniciativa privada, atuamos para auxiliar o poder público e a população e vencer essa pandemia”, declarou Sérgio Longen.

 

“Nós, do Sesi e Senai, estamos fazendo a nossa parte, distribuindo as máscaras e levando orientação à população dos bairros. Pedimos agora que as pessoas tenham consciência: fiquem em casa o quanto puderem, e ao sair, usem as máscaras e higienizem bem as mãos. As pessoas estão morrendo, os leitos de hospitais estão lotados e precisamos, agora, cuidar da nossa saúde e de quem a gente ama”, enfatizou o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) do Sesi, Michel Klaime Filho.