Construção civil faz aumentar em até 30% a demanda por produtos da indústria cerâmica de Mato Grosso do Sul

A pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19) não trouxe somente coisas ruins para a economia sul-mato-grossense. Na indústria cerâmica, por exemplo, os efeitos têm sido positivos, pois provocou uma explosão da demanda por tijolos, telhas e azulejos, tanto que as lojas de materiais de construção já estão com falta desses produtos.

 

Segundo o presidente do Sindicer/MS (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Mato Grosso do Sul), Natel Henrique Farias de Moraes, a pandemia mundial do novo coronavírus aliada aos juros baixos e ao auxílio emergencial fez disparar a busca por insumos da construção civil, em especial, os produzidos pelas cerâmicas do Estado.

]

A informação é confirmada pelo presidente do Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, acrescentando que os construtores, especialmente aqueles que fazem obras de pequeno porte, como reformas e imóveis para revenda, enfrentam dificuldades para encontrar no varejo materiais produzidos pela indústria cerâmica.

 

Natel Moraes, que é proprietário de duas indústrias cerâmicas no município de Rio Verde (MS), completa que as empresas do segmento registraram um aumento médio de 30% nos pedidos entre junho e agosto desde ano, quando comparado ao mesmo período de 2019. “Há pedidos provisionados até dezembro”, comemorou o empresário.

 

Ele reforça que esse aumento repentino da demanda já traz reflexos positivos para o segmento. “Estou me organizando para dobrar minha capacidade de produção até outubro. Tinha um forno parado na cerâmica há seis anos, que será reativado, e vamos contratar 40 funcionários, que no momento estão sendo qualificados, para operação”, garantiu.

 

Operando abaixo da capacidade

 

Essa reestruturação operacional nas indústrias cerâmicas, inclusive, é um dos fatores que resultaram na ausência de estoque nas lojas. “As ceramistas estavam há anos operando abaixo da capacidade total. De uma hora para outra houve esse aumento na demanda e o empresário precisou correr para se readequar e conseguir atender os pedidos, mas não tem como a contratação e qualificação da mão-de obra ser feita na mesma velocidade”,

explicou.

Além do tempo de readequação das indústrias para atender o aumento repentino da demanda, o presidente do Sinduscon/MS considera que, em razão da pandemia, o tempo maior em casa tem feito com que pequenas reformas que se arrastam há algum tempo, enfim, saiam do papel, o que também fez subir a procura por materiais de construção.

 

Também explicam a carência de insumos nas lojas os juros baixos, com a taxa Selic no patamar dos 2%, e a liberação do auxílio emergencial para famílias de baixa renda. “Com os juros neste patamar, não compensa investir porque o rendimento é baixo. Então, para não ficar com o auxílio emergencial parado, esse dinheiro é convertido em bens, entre eles, no imóvel próprio, por meio de pequenas reformas, ou na construção para revenda”, analisou Amarildo Melo.

 

Outro aspecto levado em conta pelo líder empresarial é o aumento da confiança do empresário da construção civil, que trabalha com grandes empreendimentos. “O número de obras do segmento também cresceu de 2019 para 2020 porque fatores como a sinalização do andamento da Reforma Tributária, por exemplo, e a reformulação do programa habitacional do Governo, que lançou o ‘Casa Verde e Amarela’, deixam o empresário com mais segurança para investir”, afirmou.

 

O lado negativo, pondera, é que, com o mercado voltando a ficar aquecido pelas pequenas e grandes obras, os preços dos produtos também tendem a alterar seu patamar, já que a procura subiu. “Os valores subiram, mas, com a readequação das indústrias que fabricam os insumos, tende a voltar aos patamares anteriores”, projetou o presidente do Sinduscon/MS.

Setembro Verde começa com luzes, captação de órgãos e tecidos na Santa Casa de Campo Grande

A fachada do prédio principal da Santa Casa de Campo Grande recebeu uma iluminação especial neste mês dedicado à conscientização das famílias sobre a importância da doação de órgãos para salvar vidas. Mais de sessenta canhões com lâmpadas led estão colorindo de verde a entrada do hospital, simbolizando o Setembro Verde“Ao receber a luz você nasce! Quando esta luz se apaga, se seus órgãos forem doados, várias luzes permanecerão acesas”, comentou o presidente da ABCG, Héber Xavier. A iluminação cênica na fachada do hospital ficará acesa todos os dias, do anoitecer até às 22h.

 

Somente nos dois primeiros dias do mês, a OPO (Organização de Procura de Órgãos) Santa Casa, registrou duas doações no hospital, a partir das quais foram captados nove órgãos e tecidos, sendo 4 rins, 1 fígado e 4 córneas. “Começamos o mês de setembro com duas famílias altruístas que, em um momento difícil, entenderam como esse gesto de amor ao próximo é importante para quem está à espera de um transplante”, disse o enfermeiro da OPO, Rodrigo Gomes. Os dois doadores que tiveram a morte encefálica confirmada tinham idades entre 35 e 58 anos e, por coincidência, foram transferidos do interior do Estado após sofrerem um AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico).

 

Com essas doações, dois pacientes foram contemplados com transplante renal na Santa Casa de Campo Grande. Os outros dois rins captados foram encaminhados para São Paulo, por meio de voo comercial, e o fígado captado foi transportado para Brasília, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para contemplar três pacientes que aguardavam na fila pelo órgão compatível. Já as córneas vão beneficiar outros quatro pacientes. Os tecidos permaneceram no Banco de Olhos do hospital para serem analisados e, posteriormente, colocados à disposição para procedimentos de urgência e emergência.

 

A OPO Santa Casa é responsável pelo acompanhamento de todos os pacientes que são potenciais doadores e, após a confirmação da morte encefálica realizada por meio de exames, a equipe estabelece contato com os familiares e o acolhimento dos mesmos em busca do consentimento pela doação. Sendo de interesse dos familiares, o passo seguinte da doação de órgãos é a busca de possíveis receptores, com apoio da Central Estadual de Transplantes (CET). Não existindo condições de transplante no Estado a busca é realizada no Sistema Nacional de Transplantes.

 

Números deste ano

 

De janeiro/2020 até agora, a OPO Santa Casa registrou 141 mortes encefálicas nos hospitais credenciados para a captação de órgãos e tecidos, nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.  Desse total, 86 pacientes estavam aptos à doação, mas somente 35 deles tiveram os órgãos e tecidos captados, ou seja, a recusa das famílias ocorreu em 60% dos casos de possíveis doadores.

 

Com as doações, foram realizados este ano 21 transplantes renais e 3 transplantes cardíacos no Estado, mesmo durante o período de pandemia. A Santa Casa realizou a maioria dos procedimentos, sendo 19 transplantes renais e 2 cardíacos.

 

Pandemia do novo coronavírus: Mato Grosso do Sul confirma 11 óbitos e mais 930 casos da covid-19 nas últimas 24 horas

Mais 930 casos do novo coronavírus foram confirmados em Mato Grosso do Sul. Com as novas confirmações apresentadas nesta quinta-feira (3) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) o número de infectados desde o início da pandemia no estado sobe para 51.575. A média móvel indica que nos últimos 7 dias houve a confirmação de 759 casos por dia. O número de casos sem encerramento pelos municípios é de 3.927.

 

Cenário da Covid em MS nesta quinta-feira

 

As mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas foram 11. Sendo 6 de Campo Grande, duas em Aquidauana, e Ladário, Amambai, Caarapó, um óbito cada. A taxa de letalidade ainda está em 1,8% no Estado. A média móvel indica 12,4 vidas perdidas por dia.

 

Durante a live desta quinta-feira o secretário de saúde, Geraldo Resende destacou que há uma preocupação com o acréscimo de internados em Mato Grosso do Sul. “Estamos com 60% de ocupação em todo Estado. Mas quando a gente distribui essa taxa de ocupação por macrorregião, em Dourados ultrapassamos 84%. Cresceu o numero de pessoas internadas em leitos de UTI”, alertou pedindo que a população mantenha os cuidados de biossegurança.

 

O detalhamento do boletim pode ser conferido aqui.

 

 

A taxa de isolamento social mapeada ontem (2) em Mato Grosso do Sul foi de 34,5%. Em Campo Grande a taxa média de pessoas que permaneceu em casa neste dia foi e 33,4%. Nos municípios do interior do Estado a variação foi de 22,2% a 54,1%. Faça aqui o download do boletim completo.