Desembargador de plantão manda soltar Jerson Domingos, ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

No pedido, o advogado do conselheiro, André Borges, argumentou que a prisão ocorreu em razão de Domingos ter parentesco com o empresário Jamil Name, preso desde setembro de 2019, e os fatos que levaram à prisão não são recentes. “Veja-se bem: a maioria absoluta dos fatos são antigos (2009 e 2019). Apenas um fato importante em 2020, sem qualquer importância. Sem que os fatos tenham representado efetivo atrapalho / embaraço às investigações. São apenas conversas (sobre um homem conhecido por paz, prazer e bom coração) sobre viagens, preocupação com familiares, busca de informações etc. ”, escreveu.

 

Borges sustenta ainda que Domingos é idoso e tem diversos problemas de saúde, ou que agrava seu estado caso continuado preso. “E não é só: o imitador é idoso (quase 70 anos) e tem um quadro de saúde agravado […], inspirando os cuidados que sabidamente não são garantidos no cárcere […], enquadrado também na recomendação 62 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) (recentemente renovado, para evitar a contaminação em massa de Covid-19 […]: crescimento de 800% de casos em presídios) ”, apontou.

 

Em sua decisão, ou desembarque destacado que os fatos não sustentam a manutenção da prisão, apesar da gravidade das acusações. “Não é possível dizer que os fatos não merecem investigação aprofundada e produção de provas em juízo, porém, os elementos constantes até o momento não são robustos ou suficientes para autorizar a manutenção da prisão”

 

O conselheiro do TCE estava em uma fazenda no Rio Negro, quando foi convidado pelo advogado a apresentar a polícia. Ao chegar na Capital, ele hostilizou jornalistas. Ele foi transferido para o Centro de Triagem Anísio Lima, de onde deve sair ainda hoje.

 

Nova fase

O Grupo de Apoio Especial à Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério Público do Estado (MPMS), com apoio da Delegacia Especializada em Repressão ao Roubo ao Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), deflagrou ontem na terceira fase da Operação Omertà . Além de Domingos, pelo menos outras seis pessoas detidas, um total de 20 mandados de prisão.

 

Nesta fase, como equipes de investigação de combate a ramificações militares armadas chefiadas por Jamil Name, supostos planos para matar autoridades, entre elas, promotores de Gaeco e delegados Garras, Fabio Peró, além de uma conexão do grupo com pessoas envolvidas em Fahd Jamil ( um dos alvos da operação), em operações que envolvem compras de armas.

 

Como equipes da Operação Omertà, que está na sua terceira fase, há vários locais na capital e também na Ponta Porã, além de outras cidades do interior, como Ivinhema, sob tutela do juiz da 7ª Vara Criminal, Marcelo Ivo de Oliveira. Entre os presos está o delegado da Polícia Civil, Márcio Obara, três policiais e uma sobrinha de Jamil, Cinthya Name.

 

Fahd Jamil, conhecido como “Rei da Fronteira”, não foi preso pelos policiais de Garras. O filho de Fahd, Flávio, também é procurado.

 

Também houve cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Joenildo Souza Chaves. Em setembro do ano passado, quando a primeira fase da Operação Omertà foi desencadeada, um cheque de R $ 100 mil, de Joenildo, foi apreendido dentro de um armário no quarto do Nome Jamil.

 

Sobrinha de Name

 

Logo cedo, três pessoas foram presas: Benevides Pereira, o Benê; Lucimar Calixto, conhecido Mazinho – ambos funcionários da empresa de sorteio de prêmio Pantanal Cap; e Cinthya Name, sobrenome Jamil Name – que também é proprietário do Pantanal Cap. Além disso, chama a atenção a prisão do delegado da Polícia Civil Marcio Obara e os manda em nome de outros três policiais.

 

Obara é ex-titular da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), que investigou crimes não solucionados com autoridade autorizada para a organização do nome Jamil. Ele não é citado diretamente na primeira fase de Omerta, mas uma testemunha indica o pagamento de R $ 100 mil para um delegado que atua na área de homicídios.

 

Outro policial envolvido é Rogério Luís Phelippe, que atuou como motorista estadual Jamilson Nome (sem partido) e seriamente responsável por organizar a segurança de integrantes do grupo e criar listas de pessoas no alvo da milícia. Dois policiais, Frederico Maldonado, conhecido como Fred e Célio Monteiro, nome de Manga Rosa, concluíram uma lista de agentes com mandados emitidos.

 

Foro privilegiado

 

Correio do Estado apurou que Jerson Domingos, mesmo preso em atividade como consultor do TCE, não tem direito a prerrogativa de forçar privilégio nesta operação policial. O Gaeco aplicou, agora e na fase anterior da Operação Omertà, jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que dá o privilégio de privilégio às autoridades somente por crimes ou delitos cometidos diretamente ao cargo que exercem.

 

Como as investigações sobre a milícia armada avançam sobre os familiares – Domingos é o nome de Jamil Nome e nome de Jamil Nome Filho, os dois supostos chefes de organização -, uma prisão que não é considerada uma relação com a função dele como conselheiro da corte de contas.

 

Fonte: Correio do Estado/Adriel Mattos

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