Encontro de pescadores no Pantanal, que termina neste domingo, manifesta apoio ao pesque-solte do Governo

Um dos principais polos de pesca do Estado, a região do Passo do Lontra, no Pantanal de Corumbá, celebra o decreto da cota zero assinado em 22 de fevereiro pelo governador Reinaldo Azambuja com uma constatação: a moratória do dourado desde 2018 e a redução da cota de captura de qualquer espécie, de dez para cinco quilos, já refletem nos rios, onde pescadores observam maior volume de peixes e em tamanhos adultos.

 

Localizado na beira do Rio Miranda, o Passo do Lontra Park Hotel realiza desde quinta-feira o 1ª Encontro Pesca Cota Zero, em apoio à política de pesca implantada pelo Governo do Estado. O evento declarou a unanimidade entre pescadores esportivos e empresários de turismo em relação a proibição de captura e transporte do pescado, a partir de 2020. O encontro, que segue até neste domingo (2), atraiu amantes da pesca e profissionais da mídia especializada.

 

Pesque-solte: casal de pescadores de Foz do Iguaçu (PR) fisgou um dourado, devolvendo o peixe ao Rio Miranda

 

Mais dourado no rio

 

Experiente pescador e conhecedor do ambiente aquático pantaneiro, o argentino Javier Enrique, do canal Fish TV, integra o grupo reunido no Lontra e fala com absoluta convicção: a proibição da captura do dourado em Corumbá, desde 2012, deu uma sobrevida à espécie, ameaçada pela pressão da pesca. Ele afirma que a cota zero trará “dividendos extraordinárias” à ictiofauna, além de retomar a atratividade da pesca esportiva em Mato Grosso do Sul.

 

“Concordo em 100 por cento com a cota zero”, declarou Javier, 48, apresentador do programa “Paixão pela Pesca” no Fish TV. “Tenho constatado que aumentou a população do dourado no Pantanal, inclusive no tamanho, nos últimos três anos”, observa, citando que fisgou um exemplar de 80 centímetros no Rio Paraguai, região da Barra do São Lourenço (Norte de Corumbá). “Isso tem a ver com novas leis de proteção e uma maior consciência ambiental.”

 

Criar uma consciência

 

O encontro da cota zero conta com a presença de dezenas de pescadores esportivos de várias regiões do Estado, além de empresários do setor e empresas de equipamentos náuticos e de pesca. A iniciativa é dos proprietários do Passo do Lontra Park Hotel, um dos empreendimentos pioneiros em pesca e ecoturismo, com a coordenação de João Guilherme Venturini, 19 anos, da nova geração de empreendedores da região com foco na conservação ambiental.

 

Grupo de mulheres pescadores também aderiu ao movimento pró-cota zero, liderado pela empresária Marju Venturini

 

“Estamos reunidos para discutir os benefícios da cota zero e, em grupos, multiplicar essa ideia, essa bandeira levantada pelo nosso governador Reinaldo Azambuja”, afirmou João Guilherme, que pesca desde criança nos rios pantaneiros. “Esse é um projeto de futuro, que queremos levar para outras regiões de pesca do Estado, criando uma consciência em favor dos nossos rios e do Pantanal, preservando o peixe e também uma atividade econômica”, disse ele.

 

Os pais de João Guilherme, empresários Marju e Sandro Venturini, deram integral apoio à iniciativa do jovem em realizar o encontro de pescadores para discutir preservação e não a disputa pela captura do maior peixe. “Se tornou uma reunião familiar, onde essa garotada nos dá um exemplo de consciência e preocupação com o futuro do Pantanal”, comentou Sandro. “Esse diferencial vai garantir o peixe no rio com o suporte de uma lei muito bem pensada”, destaca.

 

No caminho certo

 

Presente ao evento, o secretário-adjunto da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Agricultura Familiar e Produção), Ricardo Senna reafirmou o compromisso do Governo do Estado pela defesa dos recursos pesqueiros e fomento à pesca esportiva, hoje um dos esportes mais praticados no Brasil. Ele disse que a iniciativa dos empresariado do Passo do Lontra fortalece a política de pesca decretada pelo governador.

 

Ricardo Senna, secretário-adjunto da Semagro, participou do evento e ressaltou o encontro de gerações pela preservação do Pantanal

 

“Um encontro como esse, onde está se celebrando uma legislação que restringe a pesca de captura, demonstra que estamos no caminho certo”, afirma Senna, que também foi para o Rio Miranda pescar e praticar o pesque-solte. “Os pescadores estão pegando mais peixes, inclusive o dourado, e os hotéis estão lotados. Esta é uma tendência que se fortificará cada vez mais. Havendo peixe, vamos resgatar nosso potencial como centro da pesca esportiva”, avaliou.

Governo do Estado inicia trabalhos de elaboração do Plano Diretor de Transporte Rodoviário de Passageiros

O Estado deu início à preparação para a elaboração do Plano Diretor de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Mato Grosso do Sul (PDTC/MS). A empresa especializada que venceu a licitação e foi contratada para prestar a consultoria técnica apresentou nesta quarta-feira (29) a diretores da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan) e à Secretaria de Infraestrutura o roteiro para a fase inicial, que comtemplará uma extensa coleta de dados. Os trabalhos começam da próxima semana, tendo o mês de junho como marco inicial.

 

De acordo com o diretor-presidente da Agepan, Youssif Domigos, a elaboração do Plano Diretor vai ser precedida de um estudo muito amplo, avaliando toda a realidade atual e opções de melhoria e modernização, até se ter a proposta definitiva.

 

O superintendente de Planejamento e Gestão de Obras Públicas (Seinfra), Paulo Cesar Montilha, destacou que o trabalho é um marco para Mato Grosso do Sul. “Pela primeira vez termos um produto como esse, e queremos que seja o melhor possível. Lembrando que não será um produto estático, mas que poderá sempre ser aprimorado”, afirmou.

 

A fase inicial vai começar com a coleta de dados pela empresa Gistran Gerenciamento de Informações e Sistemas de Transportes nos sistemas de que a Agepan já dispõe, para a estruturação da pesquisa de campo, incluindo a definição da amostragem. Conforme o engenheiro da empresa responsável pela coordenação dos trabalhos, Paulo Petrassi, essa etapa será executada por profissional experiente na atividade específica de pesquisa, que já realizou trabalho semelhante para criação de plano diretor em outros estados.

 

Dez cidades em regiões polos estão inicialmente elencadas para a realização dos levantamentos de campo. Checagem de movimentação, identificação do percurso médio anual das linhas e construção da matriz OD (origem/destino) são alguns dos termos técnicos que representam, na prática, a coleta, conferência e organização de dados que irão fundamentar a proposta do PDTC/MS.

 

O diretor de Transportes da Agepan, Ayrton Rodrigues, lembrou que a partir de julho a emissão do Bilhete de Passagem Eletrônico (BP-e) será obrigatória para todas as empresas de transporte de passageiros, situação que deverá contribuir na coleta de dados da pesquisa. “O controle propiciado pelo bilhete eletrônico facilitará, sem dúvida, na fidelidade dos dados referentes a venda de passagens e movimentação de passageiros”, afirmou.