UFMS: Estudo aponta uso de 521 espécies de mamíferos no tratamento de doenças, incluindo total de 155 ameaçadas

Pelo menos 521 espécies de mamíferos em 131 países do mundo estão sendo usadas pela população local para o tratamento de 371 doenças. Esse é o resultado de uma revisão de pesquisa etnobiológica global, realizada por pesquisadores brasileiros, entre eles o professor Diogo Provete, do Instituto de Biociências (Inbio/UFMS).

 

Foto: Rômulo Alves

“Nós encontramos relatos de ao menos 65 espécies sendo usadas para fins medicinais aqui no Brasil, um dos países com maior número de espécies sendo usadas para este fim. Entre as espécies estão o gato-mourisco, veado-mateiro-anão, veado campeiro, boto, bugio marrom”, afirma o professor Diogo.

 

Uma das preocupações é que um número considerável de espécies está na mira da extinção. Em seu banco de dados, os pesquisadores avistaram 155 espécies de mamíferos consideradas ameaçadas (vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo) e outras 46 estão quase ameaçadas.

 

Para o grupo, a superexploração para uso medicinal pode ser uma fonte negligenciada de ameaça que deve ser considerada nas avaliações de conservação de espécies de mamíferos.

 

“Também comentamos que os nossos resultados podem ser usados para prever onde e em qual espécie podemos ter o próximo evento de spillover, quando um vírus “pula” de uma espécie selvagem pra humanos”, expõe o professor Diogo.

 

Análises

 

A etonolobiologia estuda a “dinâmica de relacionamentos entre pessoas e seus grupos culturais, biota, e o meio ambiente, desde o passado distante até o presente imediato”.

 

Para analisar os dados, os pesquisadores utilizaram um conjunto de análises estatísticas que consideram o parentesco evolutivo entre as espécies, chamados Métodos Comparativos Filogenéticos, obtidos de literatura primária via busca no Google Scholar e outras fontes.

 

Ao analisar os fatores ecológicos e evolutivos do uso de mamíferos selvagens na medicina tradicional, os pesquisadores confirmaram a hipótese de que espécies intimamente relacionadas são mais semelhantes em termos de sua versatilidade médica percebida do que espécies distantemente relacionadas e geralmente são usadas para tratar doenças semelhantes.

 

Foto: Itamar Barbosa

Também foi demonstrado pelo estudo que mamíferos mais pesados são considerados terapeuticamente mais versáteis do que os mais leves. Assim, os pesquisadores sugerem que futuras iniciativas de conservação levem em consideração o uso medicinal de mamíferos ao lado da pressão da caça por alimentos.

 

“Ingredientes derivados de mamíferos selvagens são amplamente usados ​​em remédios tradicionais. Grandes conjuntos de dados de características, distribuição geográfica e filogenia também estão disponíveis para mamíferos. Portanto, os mamíferos são um grupo ideal para explorar os correlatos ecológicos (por exemplo, tamanho de alcance, massa corporal) e evolucionários (ou seja, ancestralidade compartilhada) do uso de produtos derivados de animais na medicina tradicional”, afirmam.

 

Mais informações sobre esse estudo podem ser obtidas no artigo “A global analysis of ecological and evolutionary drivers of the use of wild mammals in traditional medicine”, publicado recentemente na Revista Mammal Review.

Polícia Civil investiga pessoas que divulgaram foto de suicida pelo aplicativo WhatsApp; celulares foram apreendidos

A Polícia Civil, através da Delegacia de Polícia de Brasilândia, instaurou Inquérito Policial para apurar a conduta de algumas pessoas que divulgaram, em grupos do aplicativo WhatsApp, fotos de uma mulher que comete suicídio ontem (08).

 

O corpo da mulher foi encontrado no fundo de sua casa, suspenso por uma corda, por colegas de serviço da vítima. As testemunhas acionaram a Polícia Militar, que se dirigiu ao local e fez o isolamento até a chegada do delegado de Polícia e peritos criminais. Algumas das pessoas que tiveram acesso ao local tiraram fotos da cena de crime, e as divulgaram em grupos do aplicativo WhatsApp.

 

Após ser informada do ocorrido, a Polícia Civil conseguiu identificar uma mulher que fez a fotografia que está circulando nas redes sociais. Seu aparelho celular foi apreendido e será submetido a exame pericial. Outras duas pessoas que replicaram a mesma fotografia também foram identificadas. Além das pessoas que compartilharam as imagens e que já foram identificadas, os administradores dos grupos de mensagens do aplicativo  nos quais as fotos foram divulgadas, também podem ser responsabilizadas.

 

O fato pode caracterizar o crime disposto no artigo 312 do Código penal (vilipendio a cadáver), cuja pena pode alcançar três anos de reclusão. Além disso, serão disponibilizados os dados da investigação aos familiares da vítima para que possam ingressar com ações de indenização por dano moral.

 

 

A Polícia Civil solicita que quem possua informações sobre esse fato ou qualquer outra modalidade criminosa faça a denúncia através do (67) 999879169 ou (67) 999195990.

Mato Grosso do Sul atinge a triste marca de 2,5 mil mortes por Covid-19, mostra boletim da Secretaria de Estado de Saúde

Com o acréscimo de mais 25 óbitos ontem (8), Mato Grosso do Sul ultrapassa a triste marca de 2,5 mil vidas interrompidas por complicações da Covid-19.

 

Até o momento, dezembro de 2020 foi o mês mais letal da doença com acumulado de 578, porém, em apenas sete dias de 2021 já houve a confirmação de 138 sul-mato-grossenses mortos por complicações do vírus. A média móvel indica que 23 pessoas faleceram por dia na última semana.

 

Os óbitos notificados no boletim de hoje referem-se ao período de 23 de dezembro a 7 de janeiro, de homens e mulheres com idades entre 47 a 90 anos, residentes em 12 municípios: Campo Grande (8), Dourados (5), Corumbá (2), Naviraí (2), Amambai (1), Aquidauana (1), Anastácio (1), Eldorado (1), Fatima do Sul (1), Itaporã (1), Miranda (1) e Mundo Novo (1).

 

Nas últimas 24 horas a Secretaria de Estado de Saúde recebeu a confirmação de 1.186 novos casos da doença nos municípios. Com isso, o total de infectados pela doença desde o início da pandemia no Estado chega a 141.649, o que representa que em torno de 5,01% da população de MS já foi infectada.

 

Conforme os dados oficiais, 1.346 amostras estão em análise no Lacen e laboratórios parceiros, e outros 7.135 casos aguardam encerramento pelas secretarias de saúde dos municípios.

 

Existem 12.672 casos ativos de Covid no Estado, sendo 12.095 em isolamento domiciliar. Os casos de internação abrangem 577 pacientes, 292 em leitos clínicos e 285 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

Taxa de ocupação de leitos por macrorregião

 

O detalhamento do boletim Covid desta sexta-feira, 8 de janeiro pode ser conferido aqui.