Som da Concha retorna com show especial do projeto Fronteira Guarani no próximo domingo, em Campo Grande

 

O projeto Fronteira Guarani é quem vai agitar o Som da Concha do próximo domingo (16), a partir das 18h, na Concha Acústica Helena Meirelles – localizada no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. O Fronteira Guarani reúne quatro expoentes artísticos de Mato Grosso do Sul: Alzira E, Marina Peralta, Brô MCs e Hermanos Irmãos.

 

Todos se apresentam gratuitamente, levando ao público sul-mato-grossense a música contemporânea regional. Tal espetáculo já foi realizado no Teatro da Caixa Cultural, em Curitiba.

 

O Fronteira Guarani mescla polca com rock e guarânia com reggae, faz rap em guarani e reflete o caldeirão de influências culturais da fronteira sul-mato-grossense vindas dos vizinhos Paraguai e Bolívia. Eles atuam há décadas com seus respectivos trabalhos solos e, pela primeira vez, irão estar todos juntos em um mesmo palco.

 

O repertório do show traz composições com letras focadas na tradução do jeito de ser do sul-mato-grossense fronteiriço, no alerta para a natureza ameaçada do Pantanal e Cerrado e na denúncia de violência contra mulheres, indígenas e afrodescendentes.

 

Alzira E é uma das pioneiras dessa musicalidade sul-mato-grossense e a desenvolve desde os anos 1970. Suas canções já foram gravadas por nomes importantes da Música Popular Brasileira e, nos últimos anos, Alzira vem se consolidando como uma das compositoras de maior prestígio do País.

 

Sua obra se torna referência para vários artistas, como o próprio Hermanos Irmãos. Formado por Jerry Espíndola, Márcio De Camillo e Rodrigo Teixeira, o trio tem um trabalho voltado para a releitura de clássicos da música regional e suas composições exploram o universo do ritmo ternário comum em toda a fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

 

Marina Peralta e Brô MCs representam uma nova maneira de traduzir a ‘fronteira guarani’, trazendo para o universo musical sul-mato-grossense a batida do rap e a cadência do reggae. ‘Só Agradece’ se tornou um hit na rede mundial e abriu caminho para Marina Peralta transformar-se em uma das artistas em grande ascensão da música brasileira, com milhões de acessos nas plataformas digitais.

Já o Brô MCs é o primeiro grupo de rap indígena do Brasil. A sua formação conta com Bruno Veron, Clemersom Batista, Charlie Peixoto e Kelvin Mbaretê, além do DJ Jhon.

 

Suas letras, cantadas em português e guarani, retratam a realidade indígena da fronteira brasileira, especialmente, dos guarani kaiowá das comunidades Jaguapiru e Bororó, onde vivem os integrantes do grupo, em Dourados.

 

Em 2022, o Brô MCs fez uma participação no videoclipe ‘Demarcação’ de Marina Peralta e conquistou outros parceiros importantes como o DJ Alok e o rapper Xamã.

 

 

Sobre o Som da Concha

 

Retomado em 2024, o Som da Concha volta após lançamento de edital com 148 inscrições. O projeto selecionou 28 atrações musicais, sendo 14 para o show de abertura e 14 para o show de encerramento. Os selecionados receberão R$ 5 mil para apresentação com duração de 40 minutos cada nos shows de abertura e R$ 8 mil cada para show de encerramento, com 60 minutos.

 

O projeto Som da Concha deste ano acontecerá na Concha Acústica Helena Meirelles e em mais quatro municípios de Mato Grosso do Sul. O objetivo é valorizar e difundir a produção musical sul-mato-grossense.

 

O gerente de Difusão Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Vitor Maia, disse estar muito feliz de retomar o projeto.

 

“Ele é um projeto muito esperado pela classe artística. O Som da Concha costuma ter uma concorrência bem acirrada, os selecionados geralmente são selecionados com notas bem altas. Foi muito bom retomar. É um projeto muito esperado por nós da Fundação de Cultura e pela classe artística também”.

 

A coordenadora da Concha Acústica Helena Meirelles, Wanda Brito, disse que toda a equipe da Concha está recebendo o projeto deste ano com muita emoção.

 

“Você não imagina a emoção que está sendo para toda a equipe lá da Concha Acústica Helena Meireles, ainda mais este ano em que ela faria cem anos, vai ser o centenário dela, e vai coincidir, então vai ser um espetáculo. A gente está aqui esperando de braços abertos, todos os artistas que foram selecionados, a Concha Acústica recebe as pessoas muito bem, não só eu, mas a minha equipe, a gente fala a família Concha Acústica Helena Meirelles está esperando há um ano este projeto, hoje nasceu novamente, está brilhando! A gente espera um bom desempenho das bandas que foram selecionadas e vai ser um sucesso”, conclui.

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