Grupos da Universidade Federal da Grande Dourados adotam redes sociais como aliadas na divulgação científica

 

Transpor os “muros” da universidade pública, seja por meio da extensão ou pela divulgação das inúmeras atividades realizadas pela comunidade acadêmica, é um dos pilares que sustenta o ensino superior. E, nesse sentido, cada vez mais iniciativas de ensino e de pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) têm se utilizado de ferramentas para que o conhecimento debatido e produzido no campus esteja ao acesso de todos.

 

O fácil manuseio de diversos tipos de redes sociais e outras plataformas abertas para o compartilhamento de conteúdo de áudio, de vídeo e de imagem é o principal fator propulsor dessa integração entre sociedade e universidade. E foi nesse embalo que estudantes que integram o Programa de Educação Tutorial de Ciências Biológicas da UFGD (PETBio) criaram um podcast para a divulgação de pesquisas realizadas na Instituição.

 

“Estávamos pensando em ações para implementarmos no PETBio neste ano e, no momento em que a professora pediu sugestões, eu estava ouvindo um podcast, que é um formato que eu amo, e resolvi mandar a ideia”, conta Danielly Fernandez Silva, aluna do quarto semestre da graduação em Ciências Biológicas – Bacharelado.

 

Ela e outros colegas da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais (FCBA) que fazem parte do atual grupo do PETBio já realizavam diversas atividades nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão, mas sentiam falta de uma ação focada na disseminação de toda essa experiência.

 

“O grupo oferece monitoria à parte para ajudar outros estudantes nas disciplinas, realiza minicursos, executa pesquisas coletivas e individuais, participa de eventos com outros grupos PET – como o ECOPET, que acontece em setembro – e, também, faz viagens técnicas. É trabalhoso, mas eu sempre quis fazer parte, desde que entrei no curso”, relata a estudante.

 

Para dar conta de divulgar parte disso, em fevereiro de 2021 entrou no ar o programa “Fala, PETBio!”podcast disponível nos aplicativos Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, Pocket Casts, RadioPublic, Castbox, Breaker e Anchor. Sob a coordenação da docente Zefa Valdivina Pereira, os “petianos”, como são chamados os integrantes do grupo, realizam reuniões de planejamento e decidem quais pesquisas serão abordadas nos próximos programas.

 

“A professora convida o pesquisador, nós entramos em contato e marcamos a gravação. Eu faço a edição dos episódios e publico nas plataformas e a Nathalya (também integrante do PETBio) divulga nas redes sociais do nosso grupo”, explica, ressaltando que, além do podcast, o PETBio mantém perfis no Instagram, no Facebook e no YouTube, onde, além dos programas, são disponibilizadas informações sobre biodiversidade, datas e eventos importantes, campanhas e outras pesquisas da FCBA que receberam destaque no meio acadêmico.

 

Por enquanto, o podcast aborda trabalhos desenvolvidos apenas no âmbito da Faculdade, mas o objetivo é ampliar e explorar a interdisciplinaridade entre os diversos cursos da UFGD. E a audiência dos programas? Vai bem, segundo Danielly. “Conforme publicamos, aparecem mais ouvintes e as estatísticas apontam que grande parte é de fora do estado. O conteúdo está indo pra fora da UFGD, o que também é muito bom”, comemora.

 

Doutora em botânica, a professora Zefa, que é tutora do PETBio, conta que o Programa de Educação Tutorial de Ciências Biológicas foi implantado em 2009 na UFGD, sendo, até hoje, o segundo da região Centro-Oeste. Atualmente, é composto por 12 bolsistas, seis voluntários e seis amigos do PET, que é como são denominados outros acadêmicos, não bolsistas, que se interessam em participar do grupo.

 

Ela afirma que as atividades desempenhadas pelo PETBio representam um instrumento de transformação social. “Favorecem o conhecimento, a formação de novos valores e atitudes ambientalmente corretas, por meio de práticas pedagógicas e metodológicas. É importante na preparação dos indivíduos para um melhor entendimento dos problemas ambientais da região, decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais, incentivando hábitos e ações voltadas à construção e ao exercício da cidadania”, diz, ressaltando que os estudantes que participam do programa se tornam promotores e promotoras da cultura do respeito à garantia dos direitos humanos, da equidade étnico-racial e de gênero e da valorização da diversidade, contribuindo para que a Universidade não seja um instrumento de reprodução de preconceitos.

 

BATE-PAPO CIENTÍFICO

 

Expressões como “ecotoxicológico”, “bioativo” e “genotóxico” não fazem parte do dia a dia de todo mundo, mas integram boa parte da rotina dos estudantes e dos professores que frequentam o Laboratório de Ecotoxicologia e Genotoxicidade (LECOGEN) da FCBA/UFGD.

 

Inaugurado em 2014, o local é utilizado por alunos das graduações em Ciências Biológicas e em Biotecnologia e dos programas de pós-graduação em Biodiversidade e Meio Ambiente e em Ciência e Tecnologia Ambiental. O objetivo principal do laboratório é servir como espaço para a atuação em ensaios ecotoxicológicos com organismos aquáticos (estudo dos efeitos de substâncias químicas naturais ou artificiais sobre esses organismos, neste caso específico, microalgas, microcrustáceos e peixes) e genotóxicos de produtos bioativos (estudos para verificar substâncias que têm potencial de interagir com o DNA e produzir modificações em sua estrutura ou função).

 

Diante da grande necessidade de divulgar esse trabalho e outras ações para o público em geral e, justamente, desmistificar a complexidade da pesquisa, o grupo do LECOGEN adotou as redes sociais como aliadas. “Nestes espaços, detalhamos as atividades que fazem parte da nossa rotina, isto é, como são realizados nossos estudos, pesquisas e a manutenção diária do laboratório”, esclarece a docente Alexeia Barufatti que, junto ao professor Bruno do Amaral Crispim, coordena o LECOGEN.

 

Com perfis criados no Instagram, no Facebook e no YouTube, as ações são divulgadas de forma simplificada e acessível a todos. Diariamente, conteúdo novo é adicionado por meio de stories e também no feed de notícias. “O formato foi escolhido justamente por serem as redes sociais muito populares e de fácil acesso”, comenta Alexeia, que é docente da FCBA e doutora em Genética.

 

O trabalho de criação e de publicação de conteúdo fica a cargo da estudante Nathalya Alice de Lima e de outras duas colegas, que auxiliam na administração dos perfis/canal. Citada anteriormente pela colega Danielly, ela também gerencia as redes do PETBio e já está se tornando expert no assunto.

 

“Sempre gostei muito de mexer com redes sociais, porém, eu ainda não lidava ativamente com isso. Foi depois que entrei para o PETBio, onde cada integrante deve escolher uma função, que eu escolhi administrar as redes sociais. Mesmo assim, eu ainda não dedicava tanto tempo à atividade. Com a pandemia, no entanto, tendo mais tempo livre, fui aprendendo a fazer posts e me tornando mais ativa nas redes”, conta Nathalya, que atualmente cursa o oitavo semestre de Ciências Biológicas – Bacharelado.

 

O trabalho é intenso, já que, para produzir as artes para as postagens ela precisa estar inteirada de tudo o que acontece no Laboratório e no PETBio. “Por exemplo, se vai acontecer apresentação de seminário de algum petiano, eu busco os dados, monto a arte, escrevo a legenda e publico. A mesma coisa no YouTube, eu edito os vídeos e posto. Além disso, respondo as mensagens e verifico os comentários nas publicações”, enumera Nathalya.

 

“É bem trabalhoso, mas também muito gratificante ver que várias pessoas estão gostando do que eu faço. E com certeza essa experiência pode ser usada em outras áreas nas quais eu atuo”, diz a estudante, que pretende seguir na carreira acadêmica após a conclusão do curso, chegando ao pós-doutorado.

 

Um dos destaques nas divulgações do LECOGEN tem sido o quadro “Conversa com o autor”, no qual autores de artigos científicos relacionados às temáticas das pesquisas desenvolvidas pela equipe são convidados para uma conversa com os alunos. Transmitido pelo YouTube, o bate-papo é apresentado por um dos discentes, que elenca os aspectos mais relevantes do artigo. Em seguida, os participantes fazem questionamentos ao pesquisador, que os esclarece de forma acessível.

 

As conversas acontecem mensalmente e são divulgadas pelo Facebook e pelo Instagram do laboratório. Para assistir ao vivo, pessoas externas ao LECOGEN podem se inscrever por meio de um formulário disponibilizado pelo grupo.

 

Tanto Alexeia como Nathalya consideram positiva a experiência na divulgação científica. As duas afirmam que os feedbacks têm sido muito bons e que vêm, também, de pessoas de outras áreas, além das biológicas. “Recebemos elogios sobre o conteúdo e a forma de abordagem, o que é bem interessante e nos motiva cada vez mais a mostrarmos nossas pesquisas e a rotina em laboratório”, conclui a docente.

 

CONFIRA O CONTEÚDO PRODUZIDO PELOS GRUPOS

PETBio:

Podcast “Fala, PETBio!”
https://open.spotify.com/episode/2z6N2Ql15yFyJi0gwdhWFu?si=I-TOvS7VT4u32xR6rbvbcQ&dl_branch=1

Instagram
https://www.instagram.com/petbio_ufgd/

Facebook
https://www.facebook.com/petbiologiaufgd

YouTube
https://www.youtube.com/channel/UCYiBpKstcVn5l40yUlqE-Nw

LECOGEN

Instagram

https://www.instagram.com/lecogen.ufgd/

Facebook
https://www.facebook.com/lecogen.ufgd

YouTube
https://www.youtube.com/channel/UC9qzlAeDb1cBbMW2Es3gSQA

Destaques

MS, BRASIL E MUNDO