Energia elétrica chega ao extremos do Pantanal e deixa claro valor dos moradores na manutenção da natureza

Por Maressa Mendinça –

A possibilidade de ter ventilador ou geladeira pode até ser corriqueira na cidade, mas para a população ribeirinha que vive às margens do Rio Paraguai, em pontos extremos do Pantanal sul-mato-grossense representa a concretização de um sonho. São homens e mulheres que estavam habituados a viver sem energia elétrica e agora terão a chance de beber água gelada para amenizar a sensação do calor de Corumbá ou assistir um programa de televisão até mais tarde.

 

Nascida e criada na ribeira do Rio Paraguai, Enaurina da Silva Rodrigues, de 59 anos, está entre as primeiras famílias beneficiadas com a instalação de um sistema de geração solar fotovoltaica da Energisa. Trata-se de um equipamento que transforma a energia do sol em elétrica e ainda armazena o excedente. Com isto, o fornecimento continua mesmo em dias nublados.

 

“Mudou tudo na minha vida”, resume ela sobre a chegada da energia elétrica. “Agora tenho água gelada para tomar e as comidas não estragam mais”. Ainda segundo ela, a partir de agora as crianças da família terão mais facilidade para estudar sem a necessidade de usar lamparinas.

 

Quem também comemora a chegada da energia elétrica é o pescador Aparecido Lima, de 55 anos, porque sabe que, a partir de agora, terá acesso a luz e água gelada com facilidade. Ele até tem um gerador de energia, mas não usa porque diz ser impossível arcar com o preço do combustível.

 

Expectativa

 Valdemar Magalhães, de 78 anos, está na expectativa pela instalação do sistema de geração solar fotovoltaica. Nascido e criado às margens do rio, na região do Pantanal do Paiaguás, ele afirma que viver sem energia elétrica “não é fácil”. Segundo ele, quando surge a necessidade de abrir a porta de casa à noite, o jeito é usar a lanterna, “mas só em último caso”. Água gelada também não faz parte da realidade. “Tenho uma geladeira velha à gás. Ela até esfria, mas não gela e ninguém usa gerador porque não aguenta pagar”.

Distantes a mais de 180 quilômetros do centro de Corumbá e tão próximos da natureza, estes ribeirinhos são parte fundamental do Pantanal que tanto amam. Falam da onça-pintada como se estivessem falando de um gato, conhecem o rio como as ruas de uma cidade e protegem o patrimônio da humanidade.

 

Ilumina Pantanal

A ideia de proteção da biodiversidade, tão presente nos pantaneiros, foi considerada pelos profissionais da Energisa (Concessionária de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul) desde o início do projeto de execução da universalização do acesso à energia elétrica no Pantanal sul-mato-grossense. Isto explica a opção pelo uso da energia solar.

 

“Esta solução pioneira vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local e o crescimento socioeconômico do pantanal, preservando a fauna e a flora do bioma”, enfatiza o diretor-presidente da Energisa em MS, Marcelo Vinhaes.A Energisa deve instalar mais de 2 mil unidades consumidoras na região do Pantanal até 2022.

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