Nas ruas de Campo Grande, manhã de sexta-feira foi de manifestações

ZeroUmInforma –  Para uns, greve geral; para outros, apenas uma manifestação e, para outros ainda, arruaça . Assim foi a sexta-feira em Campo Grande quando milhares de pessoas foram às ruas, priorizando o período da manhã. Sindicatos que organizaram o movimento divulgaram que 50 mil pessoas participaram, enquanto que a Polícia Militar estimou em 30 mil manifestantes. O foco foi protesto contra as reformas previdenciária, trabalhista e terceirização.

Segundo informações do Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista (formada por todas as centrais: Força, CUT, CTB, CSB, CGTB, NCST, UGT e Conlutas) a maior concentração foi na área central durante uma caminhada pelas principais ruas. As ações começaram cedo. Às 5h a saída dos ônibus da cidade foi bloqueada com a participação e apoio dos próprios funcionários.

Algumas repartições públicas também n abriram e o comércio central fechou as portas. Diversos segmentos também paralisaram suas atividades como servidores públicos (municipal, estadual e federal), bancos e correios. No caso do funcionalismo do Estado e Prefeitura, quem participou das manifestações terá que repor o dia faltado.

Trabalhadores da indústria da construção civil também paralisaram as obras nos canteiros. De acordo com o comitê, em pelo menos dois locais houve conflitos com seguranças que tentaram impedir a manifestação.

Greve1

No final da caminhada, que terminou por volta das 11h, na Praça do Rádio, os organizadores discursaram e divulgaram pautas de trabalho para o restante do dia em vários pontos da cidade, como na frente do prédio do INSS, na Rua 26 de Agosto, que não abriu as portas para o atendimento público; nos canteiros de obras e na Assembleia Legislativa, onde os manifestantes participaram de uma audiência pública com parlamentares, pedindo o apoio da Casa para a luta.

Além de manifestantes de Campo Grande, a Capital recebeu delegações de trabalhadores de outros municípios de Mato Grosso do Sul, como Sonora, Aquidauana, Dourados, Rio Brilhante, Três Lagoas, Naviraí, Maracaju, Ponta Porã, Nova Andradina e Sidrolândia. Foram registrados mais de 200 sindicatos presentes na caminhada, empunhando bandeiras, faixas e cartazes contra as reformas trabalhista e previdenciária.

Foram necessários dois carros de som (trio elétrico) para “puxar” a multidão de mais de 50 mil manifestantes que começaram a  concentração na Praça Ary Coelho às 8h. Às 9h40min eles começaram a ocupar as ruas, começando com a 15 de Novembro, segundo pela Rua 14 de Julho, a principal da cidade. Seguiram até a Rua Antônio Maria Coelho, onde viraram na 13 de Maio, até a Barão do Rio Branco e depois seguiram até a Praça do Rádio.

“Foi uma grande demonstração de força do povo sul-mato-grossense, pois o movimento foi realizado em Campo Grande e diversas cidades do interior”, informou Idelmar da Mota Lima, presidente regional da Força Sindical.

Meta alcançada

Elvio Vargas, líder do Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista disse que o povo está consciente das ameaças que representam essas reformas que, seguno ele, querem  acabar com os direitos dos trabalhadores.

“Essa presença maciça neste dia histórico servirá para que as autoridades levem mais a sério o trabalhador brasileiro e respeitem seus anseios e reivindicações. Estamos aqui, firmes, atentos e lembrando aos nossos deputados, senadores, e autoridades do Executivo federal, que no ano que vem teremos eleições e iremos, da mesma forma, cobrarmos duro de cada um”, afirmou Vargas.

Webergton Sudário, presidente da Fetricon, também saiu otimista com a grandiosidade do movimento em Mato Grosso do Sul.

José Lucas da Silva, presidente da CSB regional (Central dos Sindicatos Brasileiros) discursou aos presentes tecendo duras críticas aos deputados federais Henrique Mandeta, Tereza Cristina, Elizeu Dionízio e Carlos Marun, que votaram favoráveis à reforma trabalhista esta semana. Ele também reafirmou que o movimento sindical não vai se esquecer disso no período eleitoral de 2018, tanto é que vai até lembrar o eleitor sobre o procedimento de cada um nesse período crítico em que os direitos dos trabalhadores estão ameaçados.

Genilson Duarte, presidente regional da CUT/MS acompanhou as manifestações desde as primeiras horas da manhã, tanto junto aos trabalhadores em transporte coletivo, construção civil e depois na caminhada pelas principais ruas de Campo Grande.

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