Repressão ao contrabando

ZeroUmInforma – No Dia Nacional de Combate ao Contrabando, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) trouxe para Mato Grosso do Sul a discussão do crime de contrabando, que cresceu mais de 15% no último ano e causou um prejuízo superior a R$ 115 bilhões aos cofres públicos em decorrência da evasão fiscal.

A abertura do evento realizado no auditório da Receita Federal, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, contou com as presenças as presenças do governador Reinaldo Azambuja, do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf, do assessor especial para assuntos de fronteira da Secretaria Nacional de Segurança Pública, José Freitas Legas e do superintendente da Receita Federal, José Oleskovicz.

Em seu discurso, o governador defendeu a implantação de uma política pública integrada, visando o fortalecimento das estruturas de segurança e fiscalizações tanto estaduais como federais. “O que precisa é de uma política de Estado para construir pontes e ações efetivas para que cada ente federado possa cumprir o seu papel”, pontuou Reinaldo Azambuja.

O governador destacou ainda que último ano do total de recursos estaduais, mais de 25% foram investidos na segurança pública e lembrou que contingenciamento de recursos em áreas prioritárias como a segurança nas fronteiras é um retrocesso para o desenvolvimento do país. “Esse contingenciamento das estruturas de fronteira causa um prejuízo a todos nós, por isso já propusemos ao Ministério da Justiça uma parceria para dobrarmos a estrutura do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), o Estado entrando com o efetivo e o Governo Federal com equipamentos e custeio”, frisou.

O secretário Silvio Maluf pontuou que o Estado tem buscado parcerias para intensificar o combate a todos os crimes transfronteiriços ao longo dos mais de 1.300 quilômetros de fronteira seca de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia. “Temos intensificado esse trabalho de combate na linha e faixa de fronteira, incrementando os efetivos policiais e ampliando tecnologicamente o trabalho com o monitoramento por vídeo, que será inaugurado ainda este mês”, lembrou o secretário de Justiça e Segurança Pública.

Na abertura do evento foi apresentado um estudo intitulado “Rotas do Crime – As Encruzilhadas do Contrabando”, que mapeia as principais entradas de mercadorias ilegais e o caminho percorrido por esse crime. De acordo com o estudo, Mato Grosso do Sul por fazer fronteira como Paraguai e a Bolívia, acabou se tornando uma das principais rotas para a entrada de produtos ilegais e drogas no país. “A BR-163 que liga Mato Grosso do Sul ao restante do país é uma das rotas mais utilizadas pelos criminosos para que drogas, armas e cigarros cheguem aos grandes centros brasileiros”, afirma Luciano Stremel Barros, presidente do IDESF.

Discursando na abertura do evento, o assessor especial para assuntos de fronteira da Secretaria Nacional de Segurança Pública, José Freitas Legas, disse que a palavra de ordem é integração. “É preciso que o Estado Brasileiro desenvolva políticas sérias à curto, médio e longo prazos, integrando as forças, para que possamos otimizar as nossas ações, ter operações mais duradouras e eficazes no enfrentamento aos crimes transfronteiriços”, destacou o representante do Governo Federal.

José Oleskovicz, superintendente da Receita Federal, também marcou presença no evento que segue durante todo o dia com a apresentação de  dois painéis, um com as forças de segurança e outra com o Poder Judiciário e o Ministério Público, tratando das legislações e suas eficácias no enfrentamento ao crime organizado.

O secretário Silvio Maluf participa do painel Legislação e Eficácia no Enfrentamento ao Crime Organizado, juntamente com representante do Tribunal de Costas da União, o juiz federal Odilon de Oliveira, o procurador do Ministério Público Federal, Sílvio Pettengill Neto e o promotor de Justiça, Ricardo Rotunno. Todos os painéis serão mediados pelo jornalista Mauri Conig, mundialmente conhecido e premiado com a matéria intitulada “Império das Cinzas”, onde ele denunciou a máfia do contrabando.

Destaques

MS, BRASIL E MUNDO