Mexicana Homex só veio tentar ganhar direito fácil e ir embora, diz relatório de CPI

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Os vereadores que compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Homex, instaurada na Câmara Municipal para apurar irregularidades nos empreendimentos da empresa em Campo Grande, aprovaram, por unanimidade, o relatório final dos trabalhos. O documento, de 57 páginas, foi lido ontem (28) no Plenário Edroim Reverdito, na sede da Casa de Leis.
Desde que foi aberta, em abril do ano passado, a CPI realizou dezenas de oitivas com empresários e mutuários, analisou documentos e verificou in loco a situação dos empreendimentos da Homex na Capital.
Moradores ouvidos pela CPI não pouparam críticas às residências entregues. Em regra, grande parte das unidades apresenta infiltrações, rachaduras e desníveis no piso. Em alguns casos, até mesmo banheiros entupidos foram entregues, ainda que fora do prazo.
Conforme o relatório, com os problemas, a empresa mexicana “abandonou os canteiros de obra, e dispensou seus próprios funcionários sem sequer pagar as verbas rescisórias, o que ocasionou uma avalanche de reclamações trabalhistas. Moradores também foram lesados e enganados, já que todas as garantias fornecidas no ato da compra não foram cumpridas”, diz trecho do documento.
A CPI ainda viu indício claro de desvio de dinheiro e estima um rombo que pode chegar a R$ 1 bilhão, incluindo juros, multas e custas processuais das ações na Justiça. “Um claro e forte indício de que não houvera tentativa da empresa em se estabelecer no Brasil e somente vieram para tentar ganhar dinheiro fácil e ir embora é justamente o tamanho da dívida declarada pelo próprio grupo”, cita.
Por conta dos prejuízos, a Comissão ainda sugere o imediato sequestro e bloqueio dos bens do grupo empresarial, assim como os direitos creditórios que possua, como forma de garantir o pagamento dos credores.
O relatório será encaminhado para a CEF (Caixa Econômica Federal), MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual), MPT (Ministério Público do Trabalho) e Congresso Nacional para que as medidas julgadas necessárias e pertinentes sejam adotadas.
A CPI da Homex foi composta pelos vereadores Alceu Bueno (presidente), Carlão (relator), Otávio Trad, Ayrton Araújo do PT e Engenheiro Edson.

CPI do Tráfico de Pessoas deve pedir indiciamento de representantes de ONG

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Marcelo, ou Marcel, fala à CPI sobre o processo de adoção que o levou para os EUA (Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)
Marcelo, ou Marcel, fala à CPI sobre o processo de adoção que o levou para os EUA (Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)

As suspeitas do envolvimento da organização não governamental (ONG) Limiar com um esquema de intermediação ilegal de adoções levou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas a pedir o indiciamento de representantes da ONG.

Ontem (18) os representantes da CPI ouviram o relato do brasileiro Marcel Lee Paul, adotado em 1989 por uma família dos Estados Unidos com a irmã, Raquel. Ambos têm deficiência auditiva e, por volta dos 9 anos, perderam-se dos pais na região de Jundiaí, em São Paulo.

Lee Paul relatou que, após breve estada em um abrigo, ele e a irmã foram adotados de maneira suspeita e levados para o exterior, mesmo contra a vontade. Ele também disse que a adoção envolveu o pagamento de dinheiro para uma pessoa no Brasil.

O presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), disse que com o depoimento há elementos para pedir o indiciamento de representantes da organização. “Nós vamos solicitar o indiciamento, com o rigor que a lei estabelece, para todos os dirigentes da ONG Limiar, que, no nosso entendimento, são os responsáveis por esse processo, essa organização criminosa que trafica crianças, bebês, do Brasil para o exterior”, disse.

Com sede nos Estados Unidos e filial na capital paulista, a organização não governamental também atua no Paraná. O Limiar é acusada de intermediar ilegalmente adoções de crianças brasileiras por famílias norte-americanas.

Em depoimentos anteriores à CPI, os representantes da ONG Limiar, Ulisses Gonçalves da Costa e Audelino de Souza, o Lino, negaram irregularidades nas adoções.

Fonte: Agência Brasil