Estudantes da Universidade foram selecionados para iniciarem no Programa Institucional de Doutorado Sanduíche no Exterior, com viagens marcadas entre os meses de abril e junho de 2024. No total, 14 candidatos foram aprovados, com até seis meses para estudos em outro país. As áreas contempladas concentram Biotecnologia, Ciência Animal, Ciência dos Materiais, Ciências Veterinárias, Educação, Ensino de Ciências, Estudos de Linguagem, Geografia e Letras.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Lígia Rodrigues Macedo, explica a importância da Universidade ter um número expressivo de estudantes desenvolvendo suas pesquisas no exterior. “É uma experiência que oportuniza a construção de novas habilidades de pesquisa, aprofundamento teórico, bem como a ampliação de práticas, métodos e técnicas já em andamento nos estudos realizados aqui na UFMS. Em outra perspectiva, o estágio de doutorado no exterior também permite contato com outros cursos de pós-graduação, pesquisadores e culturas diversas, o que garante uma experiência única, tanto no âmbito acadêmico e profissional, quanto no pessoal. Estamos muito satisfeitos com o resultado. Assim, a UFMS reforça a atuação no cumprimento do seu papel na formação e expansão de recursos humanos especializados, com o desenvolvimento de pesquisa científica, tecnológica e de inovação de alto nível, fortalecendo e contribuindo com a pós-graduação no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil”, ressalta.
A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, Julia Evelyn Barreto Guzman, é uma das selecionadas e está animada com a chance de continuar desenvolvendo seus estudos na Universidade Pública de El Alto da Bolívia. Por meio do estágio, a estudante pretende comprovar que os corpos bolivianos têm resistido ao longo dos séculos aos modus operandi impostos pelo colonizador, tornando-se sujeitos de exploração. “Sinto-me muito feliz, pois poderei dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas em nosso Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens e às discussões teóricas realizadas no grupo de pesquisa Núcleo de Estudos Culturais Comparados, do qual eu e minha orientadora, Professora Doutora Marta Francisco de Oliveira, fazemos parte. Espero que a interação em âmbito boliviano e com teóricos indígenas bolivianos contribua de forma significativa para a minha pesquisa e amplie os resultados para futuros pesquisadores dessa temática tão cara ao nosso estado. Ademais, pretendo fomentar, a partir do doutorado sanduíche, novos debates que configurem outras abordagens diante da pluralidade que forma o lado de lá da fronteira. Contudo, não é demais destacar a importância que o tema traz para a situação sul-mato-grossense, haja vista que esses corpos transitam do lado de cá. Ainda que partindo de uma perspectiva cultural e identitária, espero que a pesquisa contribua para uma percepção mais profunda acerca dos corpos bolivianos”, disse.
O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Lucas de Oliveira Brasileiro, vai para a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), e pretende desenvolver um protocolo para avaliar como a densidade de microrganismos influencia na qualidade da água em sistemas de bioflocos, um método de produção de peixes sustentável que dispensa a necessidade de renovação de água, está sendo desenvolvido. “Estou muito feliz, a Unam é reconhecida como referência neste sistema de produção. Será uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento profissional e pessoal. Além de abrir portas para parcerias futuras entre as instituições”, comemora.
A estudante do Programa de Pós-Graduação em Letras do Câmpus de Três Lagoas, Katia Roberta Rodrigues Pinto, também explica o foco de sua pesquisa de doutorado que será desenvolvida na Universiteit Gent da Bélgica e pretende dar destaque a pesquisa brasileira no exterior. “Minha pesquisa de doutorado tem como objeto de análise as construções pseudopredicativas de fingimento no português brasileiro. Trata-se de uma oportunidade única que envolve experiência de idioma, cultura e meio acadêmico internacional. Eu espero poder oportunizar parcerias acadêmicas e gerar visibilidade da pesquisa brasileira no exterior. Estou muito otimista”, ressalta.
