Crise hídrica: Agepan e Energisa discutem plano de contingência para a proteção do setor elétrico do Estado

 

O diretor-presidente da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agepan), Carlos Alberto de Assis, recebeu na quinta-feira (16) o diretor-presidente da concessionária Energisa MS (EMS), Marcelo Vinhaes Monteiro, para tratar de assuntos importantes envolvendo o setor elétrico do Estado

 

Na ocasião, foi discutido o desenvolvimento do plano de contingência devido à crise hídrica no Brasil e investimentos para a melhoria do serviço aos usuários. Estiveram na reunião a equipe técnica da concessionária, a Diretoria de Gás e Energia e a Ouvidoria da Agepan.

 

A Energisa destacou as aplicações que vem fazendo para melhorar o serviço de distribuição e o plano para economizar eletricidade, medidas a serem utilizadas caso haja eventualidades a longo prazo.

 

Desenvolvimento

 

Dentre as ações, estão os avanços em instalação de transformadores, a preparação de subestação móvel na área urbana e futuramente na zona rural, a realização de procedimento competitivo simplificado para contratar reserva de capacidade, além de bônus para redução média nas unidades consumidoras (UC) e medidas para redução de consumo de energia na administração pública federal.

 

De acordo com o presidente da Agepan, Carlos Alberto de Assis, é extremamente importante que discussões como essa sejam debatidas e compreendidas previamente para evitar surpresas e transtornos para a população sul-mato-grossense no futuro.

 

“Nós precisamos levar o melhor para as famílias que precisam de energia elétrica para viverem e a Agepan está aqui para isso, ajudar, debater e achar a melhor solução junto das empresas e orientar a população a fim de entregar bons resultados a todos”, explica Assis.

 

Para o diretor da Energisa, Marcelo Monteiro, a iniciativa é mostrar a visão do plano de contingência que está em desenvolvimento para a Agência conhecer as ações previstas pela empresa para mitigar problemas de interrupção de fornecimento de energia elétrica em possíveis eventualidades que possam acontecer no setor.

 

“A gente mostrou aqui preparações de unidades móveis que podem se tornar uma subestação em caso de necessidade e a logística interna da empresa para estar sempre preparada em imprevistos, como por exemplo, de inoperância do Centro de Operação. São alternativas que construímos na proteção do sistema elétrico para atender da melhor forma nossos clientes de Mato Grosso do Sul”, pontua.

 

O diretor de Gás e Energia, Valter Almeida da Silva, destaca a importância da Agepan nesse contexto. “A Agência, dentro desse cenário de iminente crise de energia do pais, desempenha um papel fundamental de levar aos consumidores do Estado informações adequadas e também monitorar as ações que estão sendo desenvolvidas pelas concessionárias de energia, para minimizar os eventuais impactos desse panorama atual”, finaliza.

 

Fonte: Bruna Aquino

Moradores do Distrito de Capão Seco, em Sidrolândia, veem o progresso chegar com a pavimentação da MS-258

 

“É o progresso que chegou aqui!”. Essa afirmação é unanime na pequena agrovila Cidade Verde, do distrito de Capão Seco – em Sidrolândia. A vila fica no centro da MS-258, que liga a BR-060 a BR-163. A primeira etapa da pavimentação da rodovia, que corresponde a 28 km, já foi concluída há três anos e o Governo do Estado investe R$ 27,9 milhões na segunda etapa, para chegar até o distrito de Anhanduí.

 

Cláudio Borracheiro, fundador da agrovila Cidade Verde

 

 

 

 

O vilarejo existe desde 1950. Em 2015, foi organizado e ganhou o nome de Cidade Verde, conforme conta o fundador Cláudio Moreira, o “Claudio Borracheiro”, de 54 anos. “Quando começamos aqui, eu fui um dos primeiros moradores, montei minha borracharia, e a gente foi organizando e é o que está hoje aqui”, afirmou. Com energia elétrica, água, posto de saúde e com muitos projetos, a pavimentação era esperada pelos moradores há muitos anos. “A gente já esperava há um tempo [a pavimentação] e agora com essa obra que iniciou, a tendência é só melhorar”, afirmou.

 

Localizada em um importante polo agrícola, a rodovia forma um corredor integrando as duas rodovias federais e, quando estiver pavimentada, reduzirá em aproximadamente 100 km, a viagem de quem escoa pela região. “Vai ajudar muito o transporte da lavoura, diminuindo a volta que os caminhoneiros precisam dar atualmente”, completou Claudio. Com o progresso chegando, a agrovila atrai novos investimentos. É o caso do Roberto da Silva, 43 anos, que abriu uma borracharia no entroncamento da MS-258 com a MS-455, onde está sendo construída uma rotatória.

 

Movimento na borracharia do Roberto aumentou com a primeira parte da pavimentação

 

 

Segundo Roberto, desde a pavimentação da primeira parte da rodovia, o movimento aumentou consideravelmente e a tendência é crescer ainda mais com a conclusão da segunda etapa. “Só com esse pedaço pronto já passa muita gente por aqui, quando estiver concluído tudo então”, pontuou. Ele mora com a família na vila e garante o sustento com o que ganha na seu estabelecimento.

 

A doméstica, Nair Pereira de Souza, 43 anos, reside em Campo Grande, mas vai ao distrito com frequência para visitar o pai que mora lá. Ela relembra o transtorno que era visitar o pai e ter que passar pela estrada não pavimentada. “Quando não tinha asfalto aqui, só Jesus na causa, mas agora melhorou bastante”, disse.

 

Pedro Medeiros mora há 18 anos na região

Pecuarista, Pedro Medeiros, de 55 anos, mora há 18 anos no assentamento Jiboia. A rodovia passa em frente a sua propriedade rural, onde as equipes da empreiteira responsável realizam o serviço de terraplanagem. Ver a obra em andamento é presenciar o progresso chegando à região onde Pedro conhece bem as necessidades.

 

“Essa pedreira a vida inteira não tinha carro que aguentava”, relembra sobre as diversas vezes em que o carro estragou por causa das condições da estrada. Ele conta ainda que já chegou a ficar no caminho, a noite, quando precisou sair com urgência para buscar atendimento médico. “O benefício do asfalto é muito grande. A região valorizou bastante já, agora sempre tem gente querendo comprar lotes”, emendou.

 

O investimento

 

40 trabalhadores e, em torno de 35 máquinas, dão o ritmo acelerado à obra. Segundo o engenheiro responsável, Gustavo Rodrigues Sanchez, 20% da terraplanagem já foi executada em três meses de trabalho intenso.  “Estamos tentando adiantar o serviço por conta do período de chuvas”, afirmou.

 

A segunda fase da pavimentação da MS-258 corresponde a 21,817 quilômetros de rodovia. Desses, aproximadamente 5 km passaram por intervenções e a expectativa é de que, até o final deste ano, 4 km já estejam pavimentados. A previsão é de que a obra seja concluída até dezembro de 2022.

Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul realiza visita de prospecção à APA Rio Cênico Rotas Monçoeiras

 

Equipe do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) realizou na sexta-feira (10) expedição de prospecção pela Área de Preservação Ambiental Rio Cênico Rotas Monçoeiras, na região Norte do Estado. Participaram da expedição o diretor-presidente do Imasul, André Borges; o gerente de Unidades de Conservação, Leonardo Tostes; da antiga gestora da Unidade de Conservação (UC) Elaine Becker e o jornalista Fabio Pellegrini, atual gestor da UC.

 

A prospecção teve início na ponte da Matinha, na divisa dos municípios de São Gabriel do Oeste e Rio Verde de MT e terminou próximo à foz do rio Coxim no Taquari, após mais de 8 horas de jornada fluvial. “Percorremos um trecho de quase 100 km pelo rio Coxim, passando por trechos encachoeirados, belas paisagens e sítios históricos seculares existentes ao longo da unidade de conservação”, comentou Leonardo Tostes.

 

O diretor-presidente do Imasul, André Borges, se encantou com o que viu, e sentiu na pele as dificuldades de navegar nos trechos mais encachoeirados, como o Travessão do Jaú e a Cachoeira do Letreiro.

 

Eles conversaram com ribeirinhos, pescadores profissionais, turismólogos e ambientalistas, vivenciando, de fato, a realidade local: “A questão desta unidade de conservação vai muito além da conservação da biodiversidade. Aqui temos história contadas por livros e pela oralidade de seus moradores atuais. A história de Mato Grosso do Sul e do Brasil passou por essas paisagens. É fundamental a presença do poder público neste pedaço de Brasil, com o objetivo de proteger esse ambiente e fomentar o turismo de forma sustentável”, ressaltou o diretor-presidente do Imasul.

 

 

 

APA Rio Cênico Rotas Monçoeiras

 

A APA Rio Cênico Rotas Monçoeiras está localizada ao norte do estado de Mato Grosso do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, abrangendo uma área de pouco mais 15.440 hectares, englobando parte do rio Coxim e seu entorno, integrando os municípios de Camapuã, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso e São Gabriel do Oeste.

 

Essa Unidade de Conservação, além de preservar expressiva diversidade de paisagens e formas de vida aquáticas e terrestres, resguarda em paredões de rocha em suas margens e leito, importantes registros arqueológicos e de períodos da História do Brasil entre os séculos 17 e 19.

 

Além das explorações das bandeiras paulistas, no século 17, e das monções, no século 18, em 1826 o rio Coxim recebeu uma expedição científica chefiada pelo conde russo no Brasil Grigori Langsdorff, que percorreu mais de 16 mil quilômetros Brasil adentro por vários rios, com o objetivo de registrar aspectos da fauna, flora, etnografia e geografia brasileiras.

 

Na ocasião, os naturalistas franceses Hercules Florence e Adrien Taunay registraram um rico acervo de anotações manuscritas, diários, paisagens, iconografia e mapas que contribuíram significativamente para diversas áreas acadêmicas. Em seu inventário, contabilizaram mais de 100 mil espécies de vegetais, quase 15% de toda a flora brasileira.

 

Proteção para o desenvolvimento sustentável

 

De acordo com o plano e manejo da Unidade de Conservação, hoje as principais ameaças antrópicas são o uso inadequado do solo e de pesticidas agrícolas, a invasão de espécies exóticas, a busca do setor elétrico para instalação de hidrelétricas, a caça, a pesca predatória e a degradação de hábitats.

 

Dessa forma, o rio Coxim, o Rio Cênico Rotas Monçoeiras, por seus inúmeros argumentos históricos e por suas características geográficas torna- se um dos mais importantes rios cênicos e temáticos do Brasil, de grande potencial ecoturístico, neste momento em que se canalizam esforços para a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável para a região.