Delegada divulga casos de assassinatos e agressões contra mulheres em Campo Grande (MS)

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A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Rosely Molina, informou que tem instaurado inquéritos policiais e procurado concluir as investigações dos últimos crimes ocorridos em Campo Grande (MS).

Delegada Rosely Molina divulgou balanço sobre os últimos crimes contra a mulher (Foto: Divulgação)
Delegada Rosely Molina
divulgou balanço sobre os últimos crimes contra a mulher (Foto: Divulgação)

Segundo ela, as estatísticas mostram números impressionantes: no ano de 2013, foram registrados 5.640 boletins de ocorrência, dos quais 3.022 inquéritos policiais relatados e 839  boletins de ocorrência circunstanciados foram encaminhados à Vara de Violência Doméstica e Familiar desta cidade, sendo que só neste ano de 2104, já se contabiliza 208 (duzentos e oito) registros de Boletim de Ocorrência, dentre os quais os casos de maior repercussão que seguem:

No dia 03 de janeiro hou o caso envolvendo a jovem Giovanna Nantes Tresse de Oliveira (19) que teve diversas lesões na face e foi levada inconsciente para a Santa Casa após as comemorações da virada do ano, que passou com seu namorado, Matheus Georges Zadra Tannous (19). O Inquérito Policial foi devidamente instaurado, tendo sido ouvidas até o momento, 09 (nove) pessoas, realizado exame de corpo de delito direto na vítima e perícia no local dos fatos. Decretada a prisão preventiva de Matheus, este está foragido e o procedimento aguarda o comparecimento da vítima e o encaminhamento dos laudos periciais.

Já o Inquérito Policial instaurado a respeito da vítima Dayane Silvestre Uliana (26) ferida mortalmente no dia 04 de janeiro, com três disparos de arma de fogo, efetuados por Júlio César Martins Ferreira (38) que não aceitava o término do relacionamento, foi instaurado, tendo sido ouvidas diversas pessoas e representada a prisão preventiva do autor, que foi efetivamente preso no dia 09, alegando em interrogatório que “amava demais a mulher”.

Em um terceiro caso, Laida Andreia Samulho Romualdo (35), foi alvejada com pedras por seu ex-companheiro Anderson César Firmino (24), as quais a atingiram no braço e abdômen, levando-a a ser internada na Santa Casa, vindo a falecer no dia 10. O Inquérito Policial foi instaurado no dia 13, onde foram ouvidas seis pessoas e representado pela prisão preventiva do autor, que foi interrogado, também no dia 13, mas colocado em liberdade, uma vez que o pedido não tinha analisado pelo Poder Judiciário.

Também o caso envolvendo a médica Maria José de Pauli (60), casada há 32 anos, que esteve na  no dia 10 de janeiro, buscando orientação quanto a possível separação do marido que a traía. Em meio ao relato do conflito que vivia, noticiou a prática de violência psicológica, registrando-se boletim de ocorrência de injúria, porém a vítima não quis dar prosseguimento, não se valendo também das medias protetivas de urgência colocadas à sua disposição. No dia seguinte, não aceitando a separação, José Mário Ferreira (58) agrediu mortalmente a esposa com uma barra de ferro e suicidando-se em seguida, mediante enforcamento. O Inquérito Policial foi instaurado e todas as diligências estão sendo realizadas, oitivas de familiares e amigos, juntada de laudos periciais e outros, visando a apuração das circunstâncias que envolveram tal fato. 

Ainda na tarde do dia 13, no Bairro Estrela do Sul, em Campo Grande, mais um caso de violência doméstica, Ulisses Aparecido Barbosa (50) após ter, no dia anterior, agredido fisicamente sua companheira Ronilda Derrupato (40), danificou vários objetos da residência e a ameaçou de morte. A Polícia Militar foi acionada e ao chegar ao local foi recebida de forma bastante agressiva pelo acusado, que empunhando uma faca e um martelo, mesmo admoestado, investiu contra os policiais, recebendo um tiro na perna. Mais um Inquérito Policial instaurado para elucidação do fato.  

Casos como esses, envolvendo relações íntimas de afeto, que atentam contra os direitos humanos e a dignidade de toda a família, retratam que a violência doméstica tratada cotidianamente pela polícia, seja ela na capital ou interior do estado, deve e é enfrentada, seja com medidas repressivas, responsabilizando penalmente os autores de delito e oferecendo acolhimento e proteção às vítimas, oferecendo as mesmas a possibilidade de solicitação de medidas protetivas de urgência, seja preventivamente com a realização de campanhas de sensibilização.

A delegada Molina alerta as vítimas que, embora com receio, denunciem seus agressores, pois o trabalho da DEAM é diuturno, existindo um padrão de atendimento, com pessoal treinado e especializado para tanto. A delegada ainda ressalta que “As mulheres devem ter consciência que possuem direitos e que estes direitos devem ser respeitados”.

A sede da DEAM fica na Rua 7 de Setembro, 2421, Jardim dos Estados, telefone: (67) 3384-2946 / 3384-1149.

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