Controle de infecção desde 2022, reduz mortalidade em 42% no Pronto Socorro da Santa Casa de Campo Grande

 

Desde a implantação do Protocolo Gerenciado de Sepse (antigamente conhecida como septicemia ou ainda infecção no sangue) na Santa Casa de Campo Grande em setembro de 2022 e de uma política institucional para detecção desta doença complexa e potencialmente grave, a adesão tem deixado de ser um desafio para as equipes assistenciais do Pronto-socorro devido o engajamento e aplicação de condutas em relação ao cuidado do paciente. Com isso, o número de óbitos na unidade começou a diminuir, de 22 protocolos abertos, apenas seis pacientes evoluíram para óbito por sepse em um mês, causando uma redução da mortalidade de 42,4%.

 

Os indicadores levantados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do hospital, de novembro para dezembro do ano passado, apontaram a queda nos casos de sepse no Pronto-socorro, mas é preciso lembrar que a doença é desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica relevante diante de uma infecção. E qualquer pessoa pode ter, caso não realize o tratamento adequado e em tempo hábil.

 

Uma série de ações foram desenvolvidas na Santa Casa para combater a taxa de mortalidade em pacientes atendidos na Unidade de Decisão Clínica – Crítica no PS, dentre elas a criação do “Guardião da Sepse”, profissional técnico em enfermagem que faz o controle deste processo. “O protocolo gerenciado é de uma eficácia inigualável. Temos parametrizados todos os exames dos pacientes e com mais controle desta reação. O guardião atua, em conjunto com os demais membros da equipe, de forma rápida diante da possibilidade do processo inflamatório grave”, destacou a infectologista, dr.ª Haydée Pereira

 

A ação de conscientização está no monitoramento dos pacientes e dá ainda mais segurança às condutas tomadas pela equipe assistencial e médica. E, para isso, a adesão ao pacote de sepse precisa ser de 100% dos profissionais na unidade. Processo este que tem dado bons resultados, primeiro pelo fato da atenção à descrição dos sinais e sintomas dos pacientes. Segundo pela figura deste “Guardião da Sepse” que atua de forma preventiva. Em novembro de 2022, a taxa de óbitos em sepse era de 47,4%, no Pronto-socorro, e já em dezembro foi de apenas 27,3%. Ou seja, 42,4% de redução da mortalidade.

 

A sepse, complicação potencialmente fatal de uma infecção, é a forma que o corpo encontra para combater um micro-organismo agressor e o tempo de atendimento é crucial para intervenção nos possíveis casos. Na Santa Casa de Campo Grande a ação tem sido trabalhada de forma preventiva, por isso, desde setembro as equipes que lidam na assistência ao paciente estão sendo capacitadas. A expectativa é que ao longo do ano 2023 o protocolo seja também implantado na Linha de Cuidado do Privado, Urgência e Emergência do Prontomed.

 

O projeto-piloto que foi recentemente implantado no Pronto-socorro e está sendo gerenciado significativamente para contribuir com a diminuição da taxa de óbito, é visto como um estímulo para que outros protocolos sejam criados, garantindo a qualidade e segurança assistencial. A organização dos processos institucionais atrelados à implantação de novos protocolos clínicos resulta em uma melhor percepção da sepse.

 

 

“Essa visão de cuidado pelo profissional tem sido muito importante. E os dados só demonstram esta adesão e o aumento da percepção da sepse com o objetivo de salvar vidas. Isso influencia na tomada de decisões com diagnóstico precoce, início de antibioticoterapia em tempo e, consequentemente, com uma resposta clínica melhor”, explicou o coordenador médico do Pronto-socorro, Marcos Bonilha

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