Defensoria de MS lista nove expressões que o TSE recomenda evitá-las para não ofender pessoas negras

 

Com a finalidade de contribuir com a educação antirracista, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul divulgou no seu portal de notícias e redes sociais alguns termos que defende que sejam erradicados do vocabulário. As manifestações foram retiradas da cartilha “Expressões racistas: por que evitá-las”, lançada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, conforme faz um alertar sobre o caráter ofensivos às pessoas negras.

 

Abaixo, nove termos . Confira:

 

CABELO RUIM
Essa expressão despreza as características físicas das pessoas negras ao as associar a coisas ruins ou de qualidade inferior.

Cabelos possuem diferente tipos e não existem cabelos melhores ou piores.
O correto é falarmos: “cabelos crespos” ou “cabelos cacheados”.

 

 

A COISA TÁ PRETA
A fala é racista porque faz alusão à pessoa preta a algo extremamente negativo ou a um problema.

A forma mais correta de passar a mesma ideia seria com o uso de expressões, como “a situação é difícil”, “o caso é complexo” ou “a coisa está complicada”.

 

COR DE PELE

A expressão pretende identificar cores, como tons de bege, com alusão à pele branca. O problema é que considerar cores claras como padrão ideal para representar a pele humana é racismo. Esse tipo de comportamento é designado por especialistas como colorismo. Não existe uma cor capaz de representar a pele humana uniformemente.

Os tons de bege devem ser chamados pelo nome que possuem e não ser associados à pele das pessoas.

 

DENEGRIR

O uso dessa expressão está associado à ideia de macular, manchar, sujar alguma coisa. O que promove a ideia de que tornar algo negro é negativo e deve ser evitado, e reforça o preconceito de associar a pessoa negra a coisas ruins.

O termo deve ser trocado por “difamar” ou “caluniar”, por exemplo.

 

 

DIA DE BRANCO

 

A expressão tem origem mais provável no ambiente escravocrata em que pessoas brancas injustamente apontam pessoas pretas como preguiçosas e ineficientes.

 

O termo carregado de preconceito associa o trabalho à pessoa branca e o ócio ao “dia de negro”.

 

LISTA NEGRA

 

A expressão “lista negra” refere-se a um rol em que são agrupadas categorias de coisas ruins, proibidas, ilícitas ou que devam ser evitadas ou perseguidas. O uso da expressão, portanto, serve para associar a pessoa negra a coisas que não são socialmente aceitas e que devem ser evitadas ou inteiramente eliminadas.

Assim, a forma correta é “lista suja” ou “lista proibida”, por exemplo.

 

 

TETA DE NEGA

O termo se refere a um doce de chocolate recheado com merengue ou marshmallow. A expressão faz uma comparação inapropriada do formato do doce com o seio de uma mulher negra. O racismo é evidente por reforçar o preconceito contra a mulher e fazer apelo sexual à mulher negra.

 

NÃO SOU TUAS NEGAS!

Esse termo racista é utilizado para designar revolta ou incômodo com situação ou comentário.

Além de racista, a expressão tem caráter misógino porque deprecia a mulher negra, tratada como objeto, propriedade, sendo passível de suportar todo tipo de comportamento.

 

 

NEGRA DE BELEZA EXÓTICA

O uso da expressão “negra/negro de beleza exótica” é mais uma forma de, supostamente, fazer um elogio à estética da pessoa negra.

Na verdade, o exótico é tudo aquilo que não é comum, que foge de padrões esperados. Nenhuma dessas características pode ser empregada para designar a cor negra.

 

A cartilha está disponível na íntegra na biblioteca digital do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

 

Foto: EBC / Arquivo

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