Secretário Municipal de Saúde apresenta relatório com prestação de contas e é cobrado pelos vereadores

 

Em Audiência Pública realizada na tarde desta segunda-feira (27), o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Sandro Benites, veio até a Câmara Municipal para prestação de contas do 3º quadrimestre de 2022. O debate foi promovido pela Comissão Permanente de Saúde.

 

O evento foi conduzido pelo vereador e presidente da Comissão Dr. Victor Rocha com a participação do vereador Dr. Loester, Ronilço Guerreiro e a vereadora Luiza Ribeiro.

 

O Secretário Municipal de Saúde, Sandro Benites, apresentou que a Capital tem 916.001 habitantes, sendo a maior parte do sexo feminino.

 

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Com relação a causa de mortalidade na Capital, foi apresentado que no ano passado, 27,27% das mortes foram decorrentes de doenças do aparelho circulatório, com destaque para as doenças isquêmicas do coração e as cerebrovasculares. O câncer vem na segunda posição com 16,17%, seguido das doenças do aparelho respiratório em terceiro. Ainda que os acidentes de trânsito compõem a maior parcela dessas mortes por causas externas, foi destacado o suicídio que cresce gradativamente na capital, com um incremento de 35% em relação a 2021.

 

Foi ainda apresentado que existem 73 unidades básicas atendendo na Capital, a mais nova é USF DR NASRI SIUFI, no Jardim Presidente, entregue no fim do ano passado depois de 10 anos. Sobre os servidores da saúde, foi levantado um total de 1.258 servidores SESAU em contratos temporários e cargos em comissão e 6.169 servidores SESAU Estatutários e Empregados Públicos. Com relação ao número de Médicos que atendem nas unidades de saúde totalizam 583 concursados e 804 contratos temporários e cargos em comissão.

 

O vereador Dr. Victor Rocha, Presidente da Comissão, fez questionamentos ao secretário de saúde: “Temos hoje a paralisação do hospital do câncer, a falta de medicamentos nos postos e a greve dos enfermeiros que foi iniciada. Precisamos buscar solução, ter diálogo com o Executivo, com o estado, com o sindicato e resolver o mais rápido possível pois o nosso maior objetivo é atender a população e isso engloba ouvir e atender os nossos servidores”, concluiu.

 

Para o vereador Ronilço Guerreiro, “tem que haver previsibilidade com relação a cuidar do investimento e não deixar faltar. Outra dúvida é como está o investimento na saúde mental da nossa Capital?”.  O secretário respondeu que acredita no trabalho de prevenção nas escolas que isso irá ajudar neste maior problema de saúde pública em Campo Grande que é o uso e abuso de álcool e drogas, fora outras questões mentais. “É um trabalho contínuo. De cada 1000 usuários, 970 morrem ou por overdose ou sofrendo porque enquanto sociedade não investimos na prevenção”.

A vereadora Luiza Ribeiro afirmou que a saúde tem de ser atendida de forma universal. “Precisamos melhorar os recursos da saúde, olhando para o fortalecimento do SUS, executado através do serviço público”, e ainda questionou o secretário, “mais de 2 bilhões foram aplicados na saúde e hoje estamos aqui com falta de medicamentos nas unidades de saúde. Nossas unidades em situação precária. Precisamos resolver a insalubridade, a situação dos enfermeiros, então assim, nós temos um lado e tem que ser o lado da eficiência. Temos que encarar esta realidade, temos recurso, mas e o que isso transformou na vida das pessoas?”, disse.

 

O presidente da Fundação Carmem Prudente de MS-Hospital de Câncer de Campo Grande/MS Alfredo Abrão, Amilcar Silva Júnior fez o uso da palavra e explicou sobre a paralisação da unidade. “Quero esclarecer que está paralisado apenas o atendimento de novos pacientes. A paralisação é dos novos pacientes com câncer, para que sejam atendidos em outros hospitais. A decisão foi do corpo clínico, conforme os atrasos dos exames, não é possível atender novos casos. O hospital atendeu na pandemia e tudo isso trouxe um custo elevado ao hospital. A medicação subiu muito com a pandemia. Está 55% mais cara. O hospital é filantrópico, todos ali colaboram com a sociedade e precisamos do poder público para atender o SUS. Estamos em conversa com o governo do estado, prefeitura e colaboradores. Estou à disposição para colaborar e qualquer dúvida”, afirmou.

 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande (Sinte/PMCG, Ângelo Macedo, lamentou o cumprimento do plano de cargos e carreiras da classe e as estratégias de investimento por parte da SESAU. “tudo que está sendo falado com relação as estratégias de investimentos, onde está o investimento? Todas as unidades estão em estados lamentáveis, não existe serviço que possa ser considerado de excelência. Não mantém os serviços. A enfermagem está em greve. Nosso plano de cargos e carreiras é de 2020. Estamos cansados, saímos de uma pandemia em que todos viram nosso papel, então não vamos retroceder”.

 

O secretário municipal de Saúde respondeu todos os questionamentos. Sobre a greve ressaltou estar aberto a negociação. “É preciso fazer o levantamento de servidores e pedimos a associação e mesmo diante mantiveram o pedido de greve e está sendo analisado”. Concluiu dizendo, “A saúde não pode ter cor, nem bandeira, nem lado, temos que atender todos da melhor maneira possível. Pegamos a secretaria em dois meses e nós já fizemos a diferença do que em anos não foi feito. Tenho muito orgulho de fazer parte desta equipe que está conosco. Vale a pena toda audiência pública, estamos vivenciando uma greve que não é bom pra ninguém e tentar da maneira mais rápida possível entrar em uma negociação para que a população sofra o menos possível”.

 

O vereador Dr. Victor Rocha, finalizou a audiência encaminhando um pedido, como sugestão de uma compra emergencial sobre a falta de medicamentos, uma reunião com o sindicato dos enfermeiros para resolver a situação da greve e um pedido ao hospital do câncer para que possam buscar a melhor forma de voltar os atendimentos e serviços para a população.

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