Governo do Estado e Prefeitura anunciam 35 novos leitos de UTI-Covid-19 para atender a cidade de Dourados

A cidade de Dourados terá 35 novos leitos de UTI para tratamento da Covid-19. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (26) pelos secretários estaduais Sérgio Murilo (Governo), Geraldo Resende (Saúde) e o prefeito Alan Guedes (PP). O encontro aconteceu na Prefeitura de Dourados.

 

De acordo com o secretário de Governo, Sérgio Murilo, do total de leitos anunciados, 20 serão implantados na Unidade da Mulher e da Criança (HU), outros 10 no Hospital da Vida e 05 no Hospital Santa Rita para atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde. A nova estrutura é fruto de uma força-tarefa entre Estado e Prefeitura, com o objetivo de ampliar o atendimento a pacientes da Covid-19, tendo em vista o avanço da doença. Nas últimas 24h a Secretaria de Saúde do Estado anunciou 70 óbitos, número recorde desde o início da pandemia.

 

Conforme ainda o secretário Sérgio Murilo, a expectativa inicial é de que a implantação dos novos leitos aconteça em um prazo entre 15 e 20 dias, tendo em vista a escassez de produtos no mercado. “Todos sabem que o setor industrial está desagregado, considerando esse quadro de pandemia. A indústria funciona através de processos até a conclusão do produto final. Essas etapas estão sendo interrompidas na medida que a doença avança e o consumo aumenta. É por isso que estamos sem conseguir a aquisição desses insumos. O Governo do Estado está empenhado em buscar a solução, o mais rápido possível e por isso estamos aqui a seis mãos, para trazer a solução que precisa ser dada. Não estamos medindo esforços para contribuir e participar dessa solução. O governador Reinaldo Azambuja tem se mostrado otimista em relação as decisões que estão sendo apontadas para conter o avanço da doença no Estado”, ressaltou.

 

O secretário Estadual de Saúde Geraldo Resende enfatizou que há uma mobilização de secretários, prefeitos e governadores de todo o Brasil para buscar esses insumos junto ao Governo Federal e doações de empresas. Também anunciou o pagamento de convênio da Saúde no valor de R$ 1,5 milhão do Governo do Estado para o município de Dourados, o que pode ajudar nas medidas de enfrentamento. O secretário ressaltou ainda que já está disponível na secretaria um novo quantitativo de vacinas para os 79 municípios. Segundo ele, MS é o estado que está em primeiro lugar na aplicação da segunda dose da vacina.

 

Geraldo e Sérgio Murilo também cumpriram agenda na Câmara Municipal, onde reforçaram pedido aos vereadores às medidas adotadas pelo Estado no combate à pandemia. Segundo Geraldo Resende, o momento é de união pela vida. “É melhor adotar medidas duras, fechar portas agora do que fechar caixões amanhã”, disse.

 

Entrega de EPI´s

 

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul também realizou a entrega de novos equipamentos de proteção individual para serem utilizados por profissionais da saúde de Dourados. O ato da entrega aconteceu na tarde desta sexta-feira (26). O secretário Municipal Edvan Marcelo recebeu os insumos que foram entregues pela coordenadora interina do Núcleo Regional, Carolina Santos.

 

Ao todo foram entregues: 15 mil unidades de avental descartável, 2.900 caixas de luvas, 30 mil unidades de gorro touca, 20 mil unidades de máscara cirúrgica tripla, 150 óculos de proteção e 10 caixas de face shield.

 

Edvan agradeceu a parceria com o Governo do Estado e disse que os equipamentos chegam em boa hora. “A entrega dos equipamentos é fundamental para o dia a dia dos profissionais que atuam na linha de frente da pandemia. Sabemos das dificuldades que o País enfrenta, inclusive para a aquisição desses materiais. Será de grande importância para abastecer nossas unidades básicas de Saúde e hospitais públicos já nas próximas horas”, ressalta.

PMA ministra curso de taxidermia para alunos da UFGD em Dourados

ZeroUmInforma 

Curso de taxidermia é ministrado pela Polícia Militar Ambiental (Foto Divulgação_
Curso de taxidermia é ministrado pela Polícia Militar Ambiental (Foto Divulgação_

Depois do sucesso do curso de Taxidermia  em Dourados, quando participaram policiais militares ambientais de 11 Estados e foram taxidermizados 100 animais, a Polícia Militar Ambiental realiza, a partir de amanhã (22), às 8 horas, em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados de Mato Grosso do Sul, um curso de taxidermia (empalhamento) de animais silvestres (répteis) para alunos dessa universidade.

Para a UFGD o objetivo é preparar os acadêmicos do curso de Biologia e outros cursos afins para produzir material para composição de acervo de museus e ainda poderem ter contato com animais da nossa fauna, manuseando-os e adquirindo, além dos conhecimentos de taxidermia, também de anatomia e da fauna brasileira. O material deste curso será utilizado no Projeto de Educação Ambiental da Polícia Militar Ambiental de Dourados, denominado “Labirinto Ambiental”.

O curso, que será realizado no laboratório do Campus 2 da UFGD, durante o IV Semana Integrada de Ciências Biológicas e Biotecnológicas, durará dois dias. Este é o segundo curso de Taxidermia de Animais Silvestres realizado pela PMA para alunos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O outro aconteceu em setembro do ano passado. O curso será ministrado pelos Policiais Militares Ambientais (taxidermistas) Vilson da Silva Souza e Celso Aparecido Dias Araújo.

Taxidermia

É uma técnica aplicada somente em animais vertebrados e seus registros mais antigos remontam ao império egípcio, há cerca de 2.500 a.C. Popularmente o termo “empalhar” já foi usado como sinônimo de “taxidermizar”, entretanto, há muito tempo não se usam mais os rústicos manequins de palha e barro para substituir o corpo dos animais.

Utilizada para fins de conservação de animais que podem ser utilizados na composição de coleções didáticas, científicas em museus de história natural, a Taxidermia permite que os alunos conheçam os animais da fauna brasileira, sua anatomia e fisiologia, ecto e endoparasitas, entre outros. A taxidermia tem como principal objetivo o resgate de espécimes descartados, reconstituindo suas características físicas e, às vezes, simulando seu habitat, o mais fielmente possível.

Crianças recebem aulas nos hospitais de Campo Grande e Dourados

ZeroUmInforma

Crianças internadas recebem aulas (Foto: Divulgação)
Crianças internadas recebem aulas (Foto: Divulgação)

O projeto Classe Hospitalar, da Secretaria de Estado de Educação (SED), mantém salas de aula em sete hospitais de Campo Grande e um de Dourados para atender a todos os pacientes em idade escolar que estão internados, fazendo com que o conteúdo programático do ano letivo seja aplicado mesmo que o aluno esteja, por determinado período, afastado da escola.

De acordo com Jucélia Linhares Granemane, coordenadora do projeto, o Classe Hospitalar é um programa do Centro de Educação Especial Inclusiva (Ceespi) da Secretaria de Educação e conta com 23 professores e profissionais da área de pedagogia que atuam em todas as áreas de ensino existentes desde a educação infantil até o ensino médio, devidamente treinados e com especialização em Libras e Braille para atender, também, alunos com deficiência de audição e visão.

A coordenadora explica que os hospitais contam com as salas de aula, mas também, em casos de alunos que não podem sair do quarto, seja por um quadro mais grave ou por dificuldade de locomoção, os professores vão até o leito onde o paciente se encontra para lecionar.

Em Campo Grande os profissionais atendem pacientes do Hospital Regional, Hospital Universitário, Santa Casa, Hospital Nosso Lar, Hospital São Julião, Hospital do Câncer Alfredo Abrão e AACC. E em Dourados são atendidos pacientes pediátricos do Hospital Universitário.

Há 38 anos, neve era registrada na região Sul do então Mato Grosso uno

ZeroUmInforma

O velho Mato Grosso amanheceu gelado em 17 de julho de 1975, 38 anos atrás. Geada, morte e prejuízos; é o frio que trouxe a neve(confira abaixo) foi a manchete de página do jornal Correio do Estado, cuja redação ainda funcionava na Rua 14 de Julho. Sob o impacto de 2 graus negativos, uma grossa camada de gelo cobria casas, parte de algumas ruas, lavouras e automóveis. Poças d’água congelavam numa espessura de dois a seis centímetros. O mais forte fenômeno na história agrícola do velho Estado de Mato Grosso pôs fim à cafeicultura nos estados de São Paulo e Paraná, eliminando também as lavouras em fase de crescimento na região sul-mato-grossense. Seria a primeira grande safra financiada pelo Banco do Brasil dentro do plano de revigoramento lançado pelo governo federal, em 1973. Estimavam-se na época queimas totais em 40 milhões de pés. Só Gabriel Abrão perderia cinco milhões de cruzeiros de seus investimentos nas lavouras.

Edição de 18 de julho de 75 mostrava prejuízos no dia anterior (Foto: Correio do Estado/Arquivo)
Edição de 18 de julho de 75 mostrava prejuízos no dia anterior (Foto: Correio do Estado/Arquivo)

Na cobertura da mais intensa onda de frio ocorrida em terras mato-grossenses, o editor-chefe do Correio, Antonio João Hugo Rodrigues telefonava para os correspondentes de Corumbá, Ponta Porã, Dourados e Bandeirantes, respectivamente, José Feliciano Baptista Neto, Byron Medeiros, José Santos Rocha e Paulo de Tarso Hugo Rodrigues. E deles recebia preciosos relatos. O gelo cobria o Parque das Primaveras e os seus arredores, perto do Lago do Amor. A geada também atingia o Jardim dos Estados, o Bairro Coronel Antonino, Rochedinho e Indubrasil (o ponto mais elevado do município). Percorrendo a cidade e fotografando estavam Antonio João, Fausto Brites, Hordonês Echeverria e Jorge Sayegh.

A terceira vítima do frio entristecia a Redação: era o mendigo Martins Rodrigues de Oliveira, 61 anos, natural de Amambai, encontrado morto próximo ao albergue noturno, na Rua Visconde de Taunay. Do Pantanal, a informação da morte de pelo menos 20 mil cabeças de gado não traduzia todas as conseqüências do clima. Afinal, somente na última cheia havia morrido cerca de trezentas mil reses. A geada castigava toda a região. Ponta Porã, com quatro graus negativos, era outro retrato nu e cru do fenômeno que degolou as lavouras de trigo naquele dia e nos dias seguintes.

Dourados treme. De frio e de medo, informava o Correio. Além da pecuária, perdas agrícolas também foram sentidas naquele município. Em toda a região da Grande Dourados (Itaporã, Glória de Dourados, Fátima do Sul e Rio Brilhante) as perdas assustavam. Técnicos agrícolas não ousavam avaliar corretamente os danos causados. O gado morria nos currais. Acostumados com o frio em seus estados, gaúchos e catarinenses assustavam-se. O fazendeiro Nelson Alves Ferreira, do distrito de Vila Cruz, resumia a situação: “O gado está morrendo igual à mosca envenenada”.

O granizo obrigava os peões a se desdobrarem para transportar o gado a lugares seguros. Estrada adentro, impotentes, os vaqueiros viram o gado morrer ali mesmo perto de Vila Cruz e em seguida serem carneados por indígenas, que levavam as partes traseiras e abandonavam o restante à beira do caminho. A cafeicultura nascente na região sul-mato-grossense sofria o maior golpe em toda a sua existência: tudo fora queimado, “um desastre total”, revelava nossa reportagem. Os cafezais ficavam com aparência de um chocolate escuro. O produtor Gabriel Abrão informava que a estimativa de safra de 30 mil sacas reduzia-se a zero. O Professor Barbosa Rodrigues perderia 60 mil pés. Abatido diante dos dois graus negativos que também atingiram as lavouras de Camapuã, Abrão declarava: “Tudo está liquidado, não restou nada”.

Por Montezuma Cruz (Correio do Estado)