Em Tóquio: Yeltsin quebra recorde mundial, domina os 1.500m e fatura o 100º ouro do Brasil em Paralimpíadas

 

Está marcado na história do paradesporto brasileiro. Nesta segunda-feira (30), o sul-mato-grossense Yeltsin Ortega Jacques venceu os 1.500 metros rasos da classe T11 (deficiência visual) na Paralimpíada de Tóquio-2020, quebrou o recorde mundial da prova e conquistou a 100ª medalha de ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos. Este foi o segundo ouro na capital japonesa do paratleta contemplado pelo Bolsa Atleta, programa do Governo do Estado, administrado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte).

 

Acompanhado pelo atleta-guia Antônio Carlos dos Santos (Bira), Yeltsin liderou a prova de ponta a ponta no Estádio Olímpico e terminou com a marca de 3min57s60, com longa vantagem em relação ao segundo colocado. A prata foi para o japonês Shinya Wada (4min05s27) e o bronze ficou com o russo Fedor Rudakov (4min05s55).

 

Yeltsin e o atleta-guia Antônio Carlos dos Santos (Bira) comemoram mais um ouro na Paralimpíadas de Tóquio

 

Além de colocar sua segunda medalha dourada no peito (a primeira foi nos 5.000m T11, em 26 de agosto), o campo-grandense de 29 anos estabeleceu novo recorde mundial e paralímpico nos 1.500 metros, que vinha desde Londres-2012. A marca era de 3min58s37, atingida pelo queniano Samwel Kimani.

Liderou com folga

 

Determinado, Yeltsin largou na frente na segunda raia e adotou ritmo forte desde o início da disputa, distanciando-se confortavelmente dos adversários logo no final da primeira volta. O fundista sobrou e em nenhum momento foi ameaçado, mirando apenas a quebra do recorde mundial. A vantagem foi tão grande que em vários momentos os demais competidores sequer apareciam na transmissão televisiva.

 

 

A busca pelo recorde e pela centésima medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos esteve nos pensamentos de Yeltsin desde o despertar pela manhã. “Hoje de manhã o Bira me falou isso e me deu motivação: ‘A gente tem chance de fazer história mais uma vez, centésimo ouro do Brasil na história das Paralimpíadas’. Eu falei: ‘É por duas coisas. Primeiro, para subir o Brasil no quadro de medalhas e segundo, é para construir essa história’”, revelou em entrevista ao canal SporTV após a prova.

 

“Emocionante, fantástico, indescritível. Não sei até agora descrever o que estou sentido, a ficha ainda não caiu. Peguei meu celular para rever a prova e me emocionei de novo”, descreveu Yeltsin, que ainda terá a chance de subir pela terceira vez ao pódio na Tóquio-2020. O paratleta de Mato Grosso do Sul participará da maratona da classe T12 no próximo sábado (4), a partir das 17h50 (horário de MS).

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