Na transversalidade de um MS tão plural, cultura, cidadania, esporte e turismo se entrelaçam nos palcos de Bonito

 

De um Mato Grosso do Sul tão pujante em cultura, povos e histórias, o Festival de Inverno de Bonito 2023 se torna a vitrine do celeiro de farturas, onde a cidadania encontra a população em meio à arte e à natureza. Na transversalidade de um estado tão diverso, o caminho pelos saberes tradicionais revela quantos muitos somos em um só território: oito etnias indígenas, povos quilombolas, de terreiros, população LGBTQIA+, idosos, pessoas com deficiência, juventude e mulheres.

 

Sem deixar ninguém para trás, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul trouxe a Bonito todas as pautas para que cada tema tivesse seu espaço e lugar de fala. Na Praça da Liberdade, a Cidadania se faz presente.

 

Entre chocalhos, colares, brincos, presilhas e cocares, dona Lucila Juca, indígena kaiowá da aldeia Jaguapiru, em Dourados, oferece mais que peças, uma parte da sua cultura e vivência estão ali.

 

Quem se achegar e perguntar vai saber que ela cuida voluntariamente de crianças na comunidade, é parteira, rezadeira, e uma figura de muita sabedoria e ancestralidade.

 

“Aqui você leva para não jogar vento na sua casa, não desabar. No caminhão, se estiver dirigindo, nunca vai ter desastre”, profetiza. O chocalho é um instrumento de fé e que sai das mãos de Lucila abençoado. Esta é a segunda vez que ela participa do festival.

 

Povos originários

 

Técnico da Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, Josias Terena, cacique da aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande, ressalta a importância da cultura indígena participar do evento.

 

“Há uma troca de saberes dos povos. Somos oito etnias no Estado hoje, com culturas diferentes, que estão em ambientes diferentes, mas que aqui se encontram e dialogam em línguas diferentes, artesanatos diferentes. Isso é o mais importante e que mostra para Bonito e para o Festival que nós povos originários estamos presentes”, pontua.

 

Artesã de Furnas de Dionísio, comunidade quilombola de Jaraguari, Luzia Balbina dos Santos, trouxe na mala produtos feitos no quilombo. Tem farinha, açúcar mascavo e rapaduras, além de artesanato como peneiras de taboca e de sementes do cerrado.

 

A participação dela no Festival é encarada como a possibilidade de ser uma vitrine e falar das maravilhas que se encontram na região. “Lá é um lugar aconchegante, que tem onde você se hospedar, tem cachoeira. Pra mim, vir aqui está sendo uma grande conquista, porque eu tenho orgulho de mostrar que a gente trabalha numa comunidade que contribui com a melhoria de todos”, descreve.

 

 

Igualdade racial

 

Subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte completa que a população negra está no festival mostrando sua cultura através das peças, roupas e demais produtos. “Estamos trazendo essa expressão afro para o evento e que é resultado das parcerias que temos feito na subsecretaria”, explica.

 

Da cidadania para o esporte, a atividade física também é destaque no festival, que pela primeira vez promove a ala “Bonitinho”, dedicada às crianças e famílias. Correr, pular, jogar, brincar, fazer trilha, se divertir. Coordenada pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), são diversas as opções de esporte e lazer oferecidas no CMU (Centro de Múltiplo Uso).

 

Diretor-presidente da Fundesporte, Herculano Borges destaca a inovação deste Festival de Inverno de Bonito. “Com uma produção especial pensada pela Fundesporte, trouxemos profissionais de Educação Física para orientar todas as ações. São muitas opções para a meninada aproveitar bastante até o último dia de festival. Os pais podem trazer seus filhos que a diversão é garantida e totalmente gratuita”, enfatiza.

 

Água e saúde

 

Dentro dos pilares do Governo do Estado, de trabalhar por um Mato Grosso do Sul próspero, inclusivo, verde e digital, um estande foi preparado com muito carinho para levar água tratada e informação ao público. Com painéis instagramáveis e frases como “Água para beber, mergulhar e preservar”, a Sanesul convida a população a entender sobre o trabalho de tratamento de água.

 

Supervisora de Ação Socioambiental da Gerência de Meio Ambiente da Sanesul, Camila de Oliveira Pinto, explica que o estande está com atividades voltadas à educação ambiental. “São cartilhas educativas e joguinhos com conteúdos, que de uma forma bem lúdica, fala dos cuidados com um sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário”, conta Camila.

 

 

Para a supervisora, é fundamental a participação da Sanesul em festivais onde a população está. “Bonito é um lugar onde os olhos se voltam para a questão da preservação, por estarmos em um local turístico, e é muito importante falarmos sobre as questões de cuidados, preservação ambiental. Temos oferecido capacitações para os profissionais da cidade”, completa.

 

Verde

 

No coração do turismo de Mato Grosso do Sul, o que não faltam são ações de sustentabilidade. A Fundação de Turismo trouxe a proposta de reduzir a pegada de carbono durante o festival. Em parcerias com startups, o estande da Fundação de Turismo de MS está fazendo a gestão residual do lixo e também a compensação do crédito de carbono.

 

“Toda vez que a gente circula, consome energia, anda de carro, a gente emite gás poluente, que é o CO2. Então, aqui estamos registrando de forma voluntária o trajeto de cada um, que no painel vai mostrar a emissão que deve ser compensada, e depois, ao fim do evento, será feito um inventário de quanto de lixo que foi produzido, e num balanço a gente vai compensar esse carbono emitido em uma área de floresta certificada”, explica o consultor da startup, Eleri Paulino.

 

Ônibus Lilás

 

Com informações e orientações a respeito das políticas públicas voltadas à proteção dos direitos das mulheres, a Subsecretaria veio com o Ônibus Lilás, que esteve na Praça da Liberdade, em escolas, e distritos próximos falando sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. As ações incluíram palestras e orientações, além de atendimentos.

 

Da cultura à cidadania e o esporte, Festival de Inverno de Bonito 2023 trabalha a transversalidade de um Estado tão rico em diversidade. (Foto: Bruno Rezende/Ascom FIB 2023)

 

Sustentabilidade sempre em pauta: Fundação de Turismo e startup vão compensar a emissão de carbono gerada por cada visitante do Festival. (Foto: Bruno Rezende/Ascom FIB 2023)

 

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