Outra vez: Neymar faz tudo o que se espera de um craque

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Muito se falou, muito se fala e muito ainda se ouvirá falar de Neymar. Está ficando até repetitivo. Mas o que fazer? O que, sobretudo, descrever do futebol desse moleque que mais parece uma criança, com sua aparente fragilidade física, mas que joga um futebol de homem para marmanjo nenhum botar defeito.

(Divulgação; CBF)
(Divulgação; CBF)

Futebol de gente grande, de craque com C maiúsculo, futebol dos genuínos camisas 10 que Pelé deu a partida para eternizar. Neymar está entrando naquela categoria de jogador que não adianta recorrer às faltas, marcação cerrada, marcação estudada, estratégia defensiva, tudo o que for humanamente possível para não deixá-lo jogar.

Imaginem a cena: o técnico adversário reúne seus jogadores nos treinos, estuda uma maneira de parar o garoto e reforça nas palestras na concentração. Todos estudam os seus movimentos, parecem certos de ter aprendido a lição que levam pronta para o estádio.

No vestiário, que todo cuidado é pouco, o técnico repassa tudo, vai ao quadro-negro, traça a linha de marcação, marca com o giz o que cada zagueiro tem de fazer.

Mas chega uma hora que tudo fica para trás, no vestiário, e o time tem de entrar em campo. Aí não tem instrução, pedido, súplica, desenho na lousa que adiante. Chega a hora da verdade, de enfrentar o menino, a hora do medo, do pavor de ficar frente a frente com aquela possibilidade do drible improvável, da ginga que faz-que-vai-mas-não-vai, do pé por cima da bola, do envolvimento total – não adianta, tem hora que é impossível parar Neymar.

Tudo o que já vimos quase à exaustão Neymar fazer com a bola, vimos de novo neste domingo de sol e calor baianos na Fonte Nova. Ele driblou, fez que ia e não foi, enganou italianos em fila, deixou a arquibancada com aquela expressão de quem não entendia bem o que estava vendo – mas gostava do que estava vendo.

Mas, quando se pensa que nada mais se pode esperar de Neymar, aí mesmo que sai alguma coisa de muito bom.  A falta na entrada da área era mesmo bem à feição de quem sabe – e Neymar cobra também faltas com maestria, se é que exista alguém que disso possa duvidar.

O lance merece uma descrição à altura.  Debaixo da trave, está Buffon, o grande Buffon, um dos melhores goleiros italianos dos últimos tempos. O camisa 1 se coloca, no canto que acha correto, e se prepara para defender.

Neymar está pronto. Chuta. Aonde? No exato canto onde está Buffon, que tenta mas não consegue chegar na bola. O goleirão fica então com uma expressão entre o supreso e o desconcertado – só lhe resta ter a dignidade de buscar a bola na rede.

Acabou o jogo para Neymar. Nem precisava ficar mais em campo. Felipão levou em conta a possibilidade de o craque levar o segundo cartão amarelo, que o tiraria da semifinal de quarta-feira, e o substituiu por Bernard.

Estava cumprida a tarefa. Neymar jogou bola como sempre fez, desde menino, nas peladas em Santos. Ele é no momento a melhor tradução do talento do futebol brasileiro.

Fonte: CBF

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