Tábata, deficiente auditiva, hoje é universitária com apoio da Defensoria Pública

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Prestes a finalizar o primeiro semestre do curso de Ciências Biológicas, Tábata Larissa Rodrigues mal fica em casa. As aulas são no período noturno, mas a dedicação aos estudos é tanta, que a estudante passa a maior parte do dia na biblioteca ou no laboratório da faculdade, além das pesquisas de campo que já começou a fazer, nas muitas áreas verdes da cidade.   

A estudante durante aula de laboratório (Foto: Álbum particular)
A estudante durante aula de laboratório (Foto: Álbum particular)
“Minha filha está muito feliz e empenhada com os estudos. Na verdade ela sempre foi uma ótima aluna, mas a faculdade trouxe essa alegria, essa vontade de viver que vemos nela todos os dias”, declara emocionado o pai, Antônio Pereira Lopes.
 
Aos 20 anos, Tábata é um exemplo dos tantos sul-mato-grossenses que conseguiram contornar situações difíceis com a atuação da Defensoria Pública do Estado.
Em dezembro de 2012 ela foi aprovada no vestibular, mas por ser deficiente auditiva, teve a matrícula no curso atrelada ao custeio de um intérprete, exigência da própria instituição, uma universidade particular da Capital.
 
Na época, no período da matrícula, a Universidade informou que Tábata só cursaria a graduação, caso os gastos com um intérprete fossem custeados pela família. Foi quando a mãe da jovem, Iraene Rodrigues, procurou a Defensoria Pública da comarca de Campo Grande.
O caso foi atendido pela defensora pública Leslie dos Reis Gonçalves, lotada na 48ª DPE. Por meio de uma ação inicial, a defensora obteve liminar determinando judicialmente que a Universidade oferecesse todos os recursos necessários à formação de Tábata no curso superior.
 
“Foi uma resposta célere da Justiça que entendeu a urgência do caso e a gravidade da diretriz apresentada pela instituição de ensino. Para que portadores de deficiência auditiva exerçam atividades acadêmicas, é essencial o auxílio de um intérprete em Língua Brasileira de Sinais, durante todo o curso, de forma contínua, integral e ininterrupta. O não acompanhamento de tal profissional impede o desenvolvimento educacional do aluno. O caso da Tábata é novo para a Defensoria Pública, se não for inédito está em um universo restrito. Com a ação deferida, esperamos que seja um exemplo, que nenhuma outra instituição de ensino crie obstáculos de acessibilidade aos alunos”, enfatizou a defensora pública, na época. 

Defensora pública Leslie dos Reis Gonçalves (Foto: Divulgação)
Defensora pública Leslie dos Reis Gonçalves (Foto: Divulgação)
 
Tábata e sua família tiveram a resposta no dia 30 de janeiro de 2013, como foi noticiado no site institucional da Defensoria Pública de MS.
 
Aluna exemplar, Tábata coleciona boas notas e empenho em todas as disciplinas. A rotina da estudante mudou e alterou também a da família.
 
“Todo dia é uma novidade que ela nos traz. Essa semana mesmo, estava correndo para catalogar 20 espécies de flores, para um trabalho da faculdade. Todo mundo foi ajudar a montar o que precisava e encontrar essas flores no bairro, nos parques. Hoje minha filha é uma universitária, o que foi possível por causa da Defensoria Pública. Desde o começo a Defensora falava que era um direito da minha filha. Encontramos na Defensoria o apoio que precisávamos. Estamos muito felizes”, afirma o pai de Tábata. 
 
Fonte: Defensoria Pública de MS

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