Comissão do Fórum Fundiário reúne-se em Campo Grande para discutir conflito

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A comissão instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para buscar soluções para o conflito entre índios e proprietários rurais no Mato Grosso do Sul, reúne-se, amanhã  (24), para a primeira reunião ordinária em Campo Grande. O encontro será a partir das 9 h, na sede do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS).

Índios querem solução sobre demarcações de terras (Foto: Divulgação)
Índios querem solução sobre demarcações de terras (Foto: Divulgação)

Durante a reunião serão analisadas as propostas do governo federal para a aquisição direta de terras a serem destinadas aos povos indígenas (inclusive por desapropriação por interesse social e arrecadação de terras confiscadas), além da possibilidade de indenização da terra nua aos proprietários rurais e a continuidade no processo de demarcação de terras indígenas.

No último dia 13, uma reunião extraordinária realizada em Brasília definiu um cronograma de trabalho para a Comissão.

Além do encontro a ser realizado amanhã, a Comissão também deve se reunir em Campo Grande nos dias 9 e 24 de julho. A Comissão tem prazo de 90 dias, contados desde sua criação, para concluir o relatório final de seus trabalhos. O relatório deverá trazer as sugestões da Comissão para a equalização dos conflitos indígenas no estado.

A Comissão, instituída pelas Portarias nº 53/2013 e nº 71/2013, é formada por membros do TJMS, do TRF da 3ª Região, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, da Procuradoria da República no Estado do Mato Grosso do Sul, da Advocacia Geral da União (AGU), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de Direitos Humanos, além de líderes indígenas, representantes dos produtores rurais e estudiosos da questão indígena no estado.

Também participará das reuniões o coordenador do Comitê Executivo Nacional do Fórum de Assuntos Fundiários do CNJ, Rodrigo Rigamonte Fonseca.

Produtores do MS programam grande manifestação pela paz no campo

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) estão mobilizando os produtores rurais e suas lideranças em todo o País para participarem do ato “Onde tem Justiça, tem Espaço para todos”, no próximo dia 14 de junho, às 9h, no município de Nova Alvorada do Sul (MS).

Produtores fizeram protesto quando da visita da presidentem Dilma ao MS (Foto: Divulgação/Famasul)
Produtores fizeram protesto quando da visita da presidentem Dilma ao MS (Foto: Divulgação/Famasul)

O Estado é considerado pelos produtores como o mais agredido pelos conflitos relacionados com demarcações de terras indígenas. Em sua convocação, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, propõe aos produtores que se mobilizem “com firmeza e determinação, mas de forma pacífica, usando todos os espaços que a democracia nos proporciona”. Para ela, a paz no campo “só virá com segurança jurídica e respeito ao direito de propriedade”.

“O que está em pauta vai bem além de infrações pontuais à lei. É o Estado democrático de Direito que está sendo contestado, de dentro do próprio Estado”, diz a presidente da CNA. Para ela, “o caminho é o da ordem, do respeito à lei e à Justiça”. E conclui: “não será com declarações que desafiam a lei, a ordem e o bom senso que problema dessa magnitude será resolvido. A lei precisa ser e será cumprida”.

As Federações da Agricultura dos Estados do Paraná, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já confirmaram sua participação no ato organizado pela Famasul, com o total apoio da CNA.

Levarão delegações de lideranças e produtores de seus Estados para uma única grande manifestação nacional, para demonstrar unidade de pensamento e de ação, sempre respeitando a lei e o direito do próximo.

Senadora Kátia Abreu, presidente da CNA organiza grande manifestação nacional (Foto: Divulgação)
Senadora Kátia Abreu, presidente da CNA organiza grande manifestação nacional (Foto: Divulgação)

“Os produtores rurais não desrespeitam os direitos dos índios, mas, ao contrário, estão tendo os seus desrespeitados”, afirma a senadora Kátia Abreu.